domingo, 22 de dezembro de 2013

Dói. Você pensa que vai morrer. Dói porque não existe outra pessoa que faça meu coração morrer de ansiedade e amor. Dói porque nenhuma outra pessoa me faz chorar enquanto digo o nome. Dói porque enquanto eu choro, ele tá numa festa de mãos dadas com outra.
Dói, neguinho. Essa falta dói. Esse desdém dói. Esse "não tá doendo em mim. Já to curtindo com outra", dói. E é uma dor que nunca senti. E essa dor, estranhamente, faz com que eu queria bater na porta da tua casa, te bater e te beijar. Mas, essa mesma dor grita pra eu ficar na minha. E te ignorar até o fim.

Dói em não tê-lo aqui pra conversar besteiras. Dói não ter você deitado comigo, enquanto eu te faço cosquinhas.
Dói.
Dói muito.
E o que dói mais é perceber que 9 meses de amor, foram pra o lixo em menos de 24 horas.

sexta-feira, 20 de dezembro de 2013

An(e)tonio

Ane e Antonio são namorados. Namoram há um tempinho, já.
Amam demais, mas, também, brigam demais. É um ciclo que não tem fim.
Tentam tentam e acabam no mesmo lugar.
Quando param de brigar por terceiras pessoas e, finalmente as superam, chega uma nova.
Quando estão bem e aguentam muita coisa calados, uma coisa minúscula é o estopim para uma briga que vai do primeiro motivo que brigaram até o último. Eles se destroem e nem percebem.
Prometem uma coisa, fazem outra.
Tudo é motivo pra briga: a primeira briga, o primeiro ciume, terceiras quarta e quintas pessoas...
Ane e Antonio mal estão se falando e, quando se falam, brigam. Antonio trabalha demais e eles não conseguem conversar direito por dez minutos seguidos. Aliás, quando conversam, dez minutos é o tempo mínimo que ele responde.
Ane sente falta de conversar; de saber como foi o dia dele, como ele está, coisas do tipo. E espera com ansiedade que Antonio chegue em casa pra, finalmente, eles poderem conversar direito. Mas aí, Antonio já está cansado, estressado do trabalho e estressado por ele mal ter chegado em casa e Ane já ter ido falar com ele. Nisso, ele vai falar todo grosso com Ane, dizendo que ela cobra demais dele. Aí Ane fica com raiva e diz pra si mesma que não vai mais atrás de Antonio.
Nisso, eles vão matando, cada vez mais rápido, aquele carinho e afago que os dois sentiam.
Quando perceberem, não vai ter volta. E, talvez, sintam pela falta da paciência e compreensão que não tiveram. Agora não. Agora os dois só enxergam a si mesmo e os erros do outro. Cada um com sua verdade. Mas, depois, vão pensar no grito desnecessário, na cobrança desnecessária, no estresse desnecessário, do 'eu te amo' não dito, do beijo não roubado, na falta de compreensão e de afeto. Hoje não. Hoje é dia de pensar nos defeitos do outro. Mas, um dia..
Um dia...