domingo, 28 de setembro de 2014

ô minino
ôce gosta tanto
de brincar
com meu coração

tu aperta
solta
e esmaga
no ritmo dum baião

ô minino
faz issu não
se for prá apertá
aperta d'uma vez
se for prá soltá
solta
e deixa vuá
e pousá
longe d'ocê

mas, ô minino
tu sabe
que tu sois
meu bem querê?

não que eu queira
mas penso em tu
ao acordar
inté o anoitecer

vê se pode, minino
invadir meu coração assim
chegar bem mansinho
e criar raízes aqui
mar minino...
mar minino!

sou muito mole mermo
me render a esse desejo
e a esse minino travesso
que insiste em fazê
morada im meu peito.

quarta-feira, 24 de setembro de 2014

Não sou um bom partido
porque eu amo
mais do que eu digo

Não sou um bom partido
pois tenho em mim
todas as dores que eu não digo

Não posso ser um bom partido
porque de partido
já basta
o coração que eu abrigo.

segunda-feira, 22 de setembro de 2014

tu me olhastes nos olhos e dissestes que, talvez, de mim gostasse.
te olhei nos olhos e assenti.
talvez, eu seja apaixonada por ti
porque você é um talvez.
nós somos um talvez.
e talvez a gente seja muito
e talvez a gente seja nada.
de talvez em talvez, a gente se perde.
de talvez em talvez, a gente se acha.
e talvez, só talvez, a gente se desencontre.
para que talvez, só talvez, a gente se (re)encontre.

Sobre e para Frida

Eu transbordo o surreal
e transformo a dor em cartas de amor
meu sofrimento em minha tinta
meu amor no meu pincel
e o meu corpo na minha tela


Sou o que sei pintar melhor
pois sou o que melhor conheço.
Extraio das minhas lágrimas
as cores que eu preciso
pra arte concretizar

Não preciso de sorrisos

pois há amor em meu olhar

Dê-me um trago

pois eu fumo
e beijo a boca
de meio mundo

Voando eu sigo

pois andar
eu não preciso.
Os poemas que faço pra você
são aqueles que você não faz questão de ver

Deixarei de escrever pra você,
darei voz a essa mágoa
que acabou de nascer

Não possuo a arte de escrever bem
possuo a teimosia de achar que escrever
vai me levar mais além
e libertar minh'alma
e deixá-la tomar as rédeas
das palavras

Arranjarei outra inspiração,
quiçá, senão uma nova paixão
Sei que não te deixarei na mão
porque apesar de tudo
tu tens boa parte do meu coração.
E indago, a mim
por quanto tempo irei permitir isso
penso, sim, em te expulsar desse abrigo
porque não consigo lidar
com as coisas que eu ligo.
E eu que achava
que era forte
e que gostar era fácil

Me vejo frágil
à dor
do (teu) passado

Fui atingida por uma flecha envenenada
que vai me apodrecendo por dentro
até que não sobre mais nada.

sábado, 20 de setembro de 2014

Não diga
pra eu engolir
os fatos
e o machismo
escancarado

Também não tente
nem pense
na possibilidade
de oprimir os meus atos

O corpo é meu
as vontades são minhas
e não passo vontade

Sou forte
sou minha
enfrento tudo o que vier

Grito contra o machismo,
racismo, lgbtfobia

Grito contra o patriarcado
e contra quem ousar
inibir os meus atos

Sou Frida
e não me Kahlo.

domingo, 14 de setembro de 2014

Tanta coisa acontecendo
e o brilho no olhar
vai se perdendo.

Tantas fofocas, mentiras.
Tanta falta de sororidade,
de empatia.

O dia vai amanhecendo
com mais uma notícia
"tu não sabe o que eu soube"
... mais intriga!

Enquanto o que eu queria
é que houvesse mais amor,
mais harmonia.
Sem desavenças, sem brigas.
Sem hierarquias!

Respeitar o companheiro
e a companheira
que apesar de não fazer parte
do meu movimento
luta para que esse mundo
seja o mundo que queremos.
tu é tanto amor
e consegue esconder isso tão bem
que me confunde
e no final eu não sei
se tu gosta
ou finge não gostar

tu faz manha quando eu te acordo
faz voz de bebê
diz que vai dormir só mais 10 minutinhos
eu, com pena, deixo tu dormir meia hora
e mais 5 minutos ao acordar
e te acordo fazendo cosquinhas
só pra não ser uma bondade gratuita
e tu alegra o meu dia
rindo e fugindo de mim
e sem parar de rir, pede paz
eu cedo
mas é só tu voltar a rir
pra eu começar a fazer cócegas de novo
e paro com um beijo

desço as escadas morrendo de vergonha
cruzando os dedos para que tua mãe não apareça
e quando ela aparece, fico vermelha
e quando ela vai embora, tu faz "ué, foi tranquilo, de boas"
enquanto eu solto a respiração
tu ri da situação

a gente come pra depois preguiçar
e no calor dos nossos corpos ir se aquecendo
e os nossos carinhos faz o coração ir amolecendo
e amolecendo e amolecendo
amolece tanto que até a minha voz fica boa
e eu canto pra tu
"no tempo que eu era só 
e não tinha amor nenhum
meu coração batia mansinho
tum tum tum"

tu é tão lindo que acalenta o coração
e o mais bonito de ficar contigo
é dormir dando as mãos.

quinta-feira, 11 de setembro de 2014

tanto encanto
fez com que eu perdesse 
o meu canto

e não sei mais
se ainda posso fazer do teu peito morada
ou se tenho que deixá-lo em paz

não deixei que as declarações
fossem tardias
acho que errei nisso
e sinto-me esfriando por dentro
com o arrependimento
de ter sido tão crua
tão tua

entre aconchegos e beijos
tu percebe o quão acelera
o meu peito?

de tanto desejo
sinto fome de beijos
e o pior disso
é que só os teus beijos saciam a minha fome

e de tanta fome
quase não lembro o meu nome

e tão distante
tornasse a saudade
o sentimento mais constante

de tanto encanto
de quem eu sinto desejo
só tem tu
fazendo morada
em meu peito.

domingo, 7 de setembro de 2014

sente o meu corpo
e escuta esse gemido extasiado
que não tá aí por acaso
é esse teu toque, sabor, fulgor

aproveita, meu bem
e me mostra a cor
desse amor libertador.
no teu porão
eu conheci -por fora-
o menino dos olhos 
mais lindos que já vi

por dentro tu és um incógnita
não que eu -ainda- ache ruim!
e por mais quebra-cabeça que tu sejas
te gosto
assim

quero sempre te conhecer mais
e estar mais longe de te conhecer
assim, por um bom tempo vou te ver
e beijos teus, quiçá, num hei de ter?!

porém, prefiro não vê-los
e sim, senti-los
aqui, comigo

sentir como eu sinto o teu toque
na minha pele cor de cobre
de dia e de noite
acendendo minha chama
ascendendo minh'alma
que navega dentro de ti
quando estás aqui
dentro de mim.