quinta-feira, 27 de junho de 2013

Remende com o remendado

é o meu sétimo poema de hoje
e a palavra "coração" está proibida de ser dita
pior, esse coração, está proibido de ser sentido
o coração que havia fugido do seu martírio
foi preso numa gaiola
que foi endereçada ao pequeno
que me enamora

só tenha cuidado
ele precisa de band-aid e aparatos
eu sei que o seu coração também está machucado
é um presente e você deve usá-lo
você pode arrancar partes do meu
para costurar o seu
e então, espero
que esteja tudo perdoado.

Coração danado

o meu coração me fraudou num arrepio
tomou conta de mim
disse que hoje, ele quem manda aqui
que eu não tenho voz

meu coração saiu do coma
e quer viver com a mesma irresponsabilidade
de aventurar-se até marte

ele não quer saber
insiste e insiste em ir atrás de você
e ele se entrega, não pensa nem em como vai ser
ele se entrega, assim, de bandeja
de graça, pra você.

Bilhete que não escondi

você, que roubou o meu coração
venha cá, chegue de mansinho
quero deixar-te um recadinho
na verdade, é uma pergunta...
chegue, venha cá
o quanto dos nossos corações
precisamos quebrar
para acabarmos com nossas brigas
e, apenas, nos amar?

quarta-feira, 26 de junho de 2013

Licor do desamor

eu vou morrer dos licores
avermelhados, achocolatados
vou morrer desse teu desdém 
dos mares dos teus amores

do meu amor afetado
que quase faleceu
ficou amargo

vou montar estardalhaços
vou pegar os pedaços

do meu coração quebrado
e moer, até virar pó
no corte dos seus embalos

eu vou gritar a minha dor
você vai ouvir e rir
vai correr pra longe de mim
é isso que eu espero de ti.

Ér(r)amos

é quarta-feira
me vaza raiva e fúria
há um pouco de você em tudo
tem você em cada centímetro meu
quase chego a me odiar por isso
éramos tão nós, você e eu
tudo desmorona sempre
tudo desmoronou
você prefere acreditar no que quer
você prefere outra mulher
corra, não pestaneja
siga, suba a ladeira
corra, meu amor
corra atrás dela
eu nunca consigo estar de volta mesmo
àquela nossa tarde chuvosa
dançantes, amantes
corra, meu amor
vá embora
fuja desse meu amor egoísta
só prometa não olhar pra trás
só prometa sair inteiramente da minha vida.

domingo, 16 de junho de 2013

Ode ao partido do amor repreensivo

Meu coração ativista
fica mansinho
perto das repreensões
do seu partido

Meu coração quer lutar pelos seus direitos
de ser brega, de janeiro a janeiro

Meu coração vai se rebelar
em prol ao amor brega, clichê e etc-eteras
Ao seu amor, meu bem
ele vai declarar guerra.

sexta-feira, 14 de junho de 2013

Estava cuidando do meu cachorro como se num ato de proteger-se do remédio, ele ficou em pé em meu colo, com as patas nos meus ombros e se agarrou em mim. Peguei então, as duas mãos e o agarrei, de volta. Cheguei a conclusão que o abraço dele é o melhor do mundo, que o amo mais que muita gente e que eu realmente estava precisando de um abraço.
Sinto-me tão mal, como se nada que eu fizesse fosse o suficiente. O ruim de ser humana é que as pessoas insistem em fazer comparações até nas coisas que deveriam ser mais belas. Até nas coisas que não deveriam ter comparações. E, sim, estou inclusa nisso.
Sinto como se eu nunca fosse me destacar em nada. Como se tudo que eu fizesse, até as coisas que acho que foram únicas, um fantasminha gritasse: devem ter feito isso -e melhor que você.
Tento não me comparar a ninguém. Tento. Mas, como tentar se as pessoas insistem em comparar?
Eu não tenho medo do passado, nem do presente. Eu tenho medo do futuro. O futuro me assombra, justamente por eu não ter controle de algumas situações.
Sinto-me vulnerável em cada coisa que eu faço, por melhor que eu ache que foi feita.
Sinto-me um brinquedo frágil; um vinho recém fabricado perto de várias safras de mil oitocentos e setenta e dois.
Eu poderia fazer várias comparações, mas, ficaria tudo muito óbvio. Tudo muito transparante e, bem... hoje, pelo menos transparente, eu não quero ficar [ao menos não tanto].
Minhas costas doem. Tento fazer uma massagem para tranquilizar-me; sem sucesso.
Choro e nem sei o porquê. É como se a tristeza habitasse em mim e me permitisse ser feliz apenas poucas horas. Preciso de um calmante ou dois ou três ou quatro pra (tentar) dormir na madrugada. É nessa hora que ela me ataca.
As pessoas fazem questão por algumas coisas que me deixam tão mal.
Chego a perguntar-me várias vezes ao dia, sobre várias coisas se é isso que eu quero pra minha vida.
Eu ando tão pesada, como se bigornas estivessem na minha cabeça. Como, se mesmo deitada, bigornas estivessem em cima das minhas costas.
Se fosse possível, eu me anestesiaria e ficaria privada de sentir qualquer coisa que o mundo me oferece.
Desculpa, eu sou fraca e não sei lidar com a dor que eu mesma crio.
É como se eu tivesse certeza que não mereço nada de bom que me acontece.
Quando algo de bom acontece, procuro algo pra ficar mal. Como se essa fosse a minha realidade. Como se eu pertencesse a isso. E eu me pergunto se as pessoas podem conviver com isso, se nem eu mesma posso. E penso em me afastar, mas, aí sou muito egoísta pra isso. Porque o meu maior egoísmo é amar.
Pior! É amar e ser amada.
Então, como fugir com isso? Como deixar tudo e ir embora? Sou egoísta por que fico? Ou devo arrumar as malas e procurar um outro abrigo?
Um abrigo só pra uma pessoa. Eu mesma. Ou uma caixa, pra eu ficar encolhida.
Enquanto houver lembranças -não minhas- a tristeza vai habitar em mim, como uma guerra que não tem fim.
Ai vem a questão... eu luto? Ou invisto em pedras, armadilhas ou o que for para proteger o meu castelo?
Eu não gosto de covardia... e, viver com a dúvida é tão ruim.
Eu não sei. Eu não sei. Eu não sei o que [não] cabe em mim.
Eu queria que a tristeza me desse uma trégua de pelo menos dois dias. Eu agradeceria tanto. Eu pediria pra rezar uma missa em homenagem a ela. Pediria pra tocarem uma música no rádio também. Faria uma declaração de amor. Bateria na porta dela e beijaria os seu pés. Aprenderia a tocar violão e tocaria um soneto de amor.
É como se eu conseguisse enxergar a minha áurea e visse que a cor predominante é preto.
Preto e roxo. E eu não gosto disso. Não gosto dessas cores juntas. São pesadas -e é assim que eu me sinto.
Eu queria ter um amor tranquilo.
Eu queria que o meu amor fosse tranquilo.
Eu queria que o meu amor pelo menino fosse tranquilo.
Eu queria que o meu amor pelo menino fosse tranquilo. Tranquilo como deitar na areia, perto do mar, olhando os pássaros voando -devagar. Dar formas as nuvens, rir e amar. Apenas isso. Como se houvesse apenas nós dois -ops, não posso falar diretamente com você.
E agora eu broxei nesse texto que tanto me fazia bem, porque falei diretamente com você. E eu não posso. Porque você não gosta e é errado.
Mas, agora deu vontade de falar... porque, afinal, tudo que eu faço, de fato, já é SUPER errado.
Mas, vou dormir.
Espero sonhar com um dia tranquilo na beira do mar.
Sonho utópico, mas, vamos devagar...

domingo, 9 de junho de 2013

A paz existe
tem nome e sobrenome
gosta de morar dentro de mim
mas, às vezes, a danada insiste em fugir

O amor existe
gosta de me bater
xingar
penetrar
e goza(r) em mim

A solidão existe
me visita vez em quando
fica um bocadinho
mas, logo a espanto

A tristeza existe
insiste em me visitar
me mudei
e o numero da minha casa
pra ela, eu não vou dar

A alegria existe
é a minha vizinha
tenho que lembrar que a casa dela
não é a minha

O caos existe
é o meu sobrenome
parente, infelizmente, não distante
me visita toda hora
chuta o resto
manda todos embora
eu sou dele
e a gente se namora.

sábado, 1 de junho de 2013

Certezas

Ah, meu amor, queria tanto que os nossos dias fossem como a nossa tarde de hoje. Que eu te puxasse e a gente dançasse ao som de um álbum que faz-me lembrar de ti. Que eu cantasse pra você, com a minha voz desafinada, e que tu continuasse a me olhar com esses teus olhos de menino.
Eu não quero te perder, sabe? Eu amo tanto você.
Queria ter certeza que és só meu. Que é em mim que tu pensas antes de dormir, planejando todas as breguices clichês que o amor nos faz planejar. Queria ter a certeza que tu sonhas os meus sonhos e que um dia, conseguiremos realizar tudo isso -ao lado do outro.
Queria ter certeza que tu és o meu menino, assim como eu sou a tua menina. Só tua.
É a tua mão que eu desejo ter ao redor da minha cintura. É a tua mão que eu desejo ter puxando e/ou alisando o meu cabelo. É o teu cabelo que eu quero puxar. É a tua boca que eu quero beijar. São os teus afagos que eu quero ganhar. São as tuas pernas que eu quero entrelaçar. É o teu cheiro que eu quero sentir. É o teu sorriso que eu quero que me faça sorrir.
Ah, meu bem, se tu soubesse que esse sentimento não cabe em mim...
Talvez, se tu conseguisse sentir metade da metade do que eu gosto de ti, não usaria as respostas que tu usa pras minhas perguntas. Tu, meu bem, não terias dúvidas que é o teu amor que eu quero ter. Que é o teu carinho que eu quero pra mim. Que é o teu calor que eu quero sentir. Que é em teu peito que eu quero dormir...