segunda-feira, 10 de novembro de 2014

Passou a noite se divertindo
dançou ciranda,
pulou a fogueira.

De madrugada
saiu com os amigos
foi comer e tomar cerveja.

Já estava tarde
havia combinado de ir dormir
na casa de uma amiga.
Mas a amiga mora longe
e não ia embora nem tão cedo.
Então foi dormir na casa de um amigo
que mora perto.

Andou sozinha
mas logo chegou.
Havia duas pessoas dormindo na sala
uma amiga, um companheiro.

Conversa vai,
conversa vem.
A amiga cochila
o companheiro faz cafuné.
- Armaria, que cafuné bom.
E foi tentar dormir.

Dormiu e acordou
tempos depois
sentiu o companheiro voltar a fazer cafuné
não disse nada
já estava incomodada.

Depois sentiu a mão descendo,
entrando por dentro da sua blusa
e ficou imóvel
e sem respirar.

Queria que ele parasse,
mas não sabia o que fazer
e não conseguia encontrar forças
para pedir para parar.

Mandou uma mensagem para o amigo
que mora na casa e estava no quarto ao lado
cuja mensagem dizia
para que se ele tivesse acordado
ir chamar a menina para o quarto.

Mas ele não veio
e a mão do companheiro
começou a descer
e descer
e ela quase morreu sem respirar,
mas, num ímpeto e medo
encontrou forças para virar.

domingo, 9 de novembro de 2014

Despi-me
sabendo que a despedida
chegará em breve.

Fui lenta
como se eu pudesse sentir
todas as terminações nervosas
do teu corpo
pulsarem
e queria guardar
aquele teu olhar de prazer.

Meu passarinho,
em tão pouco tempo voarás
não sei se pousarás
ou se encontrarás noutro ninho
um lugar para amar.

Passarinho,
tanta saudade eu vou sentir
do teu riso,
da tua cara quando estás a aprontar,
do teu toque,
teu cheiro,
teu beijo,
teu cuidado.

Como vai ser
quando eu sentir vontade
dos teus beijos e afagos?
De ganhar o teu riso,
de dar-te um suspiro?

Passarinho,
tanto afeto por ti
há em mim
que eu jamais quereria
um pouso em agonia.

sexta-feira, 7 de novembro de 2014

às vezes não reparo quando
ando com o cadarço desamarrado,
brinco diferente de um lado
nem na quantidade de páginas
que faltam para acabar o livro.

não reparo o quanto de maionose
eu ponho no x-burguer
se o celular está descarregando
ou se você já respondeu uma mensagem
na qual eu me sentiria ansiosa para saber a resposta.

às vezes eu não reparo
e piso na lama
melo a cama
e acabo fazendo um samba.

eu não reparo em muitas coisas,
e acabam me chamando de louca.
mas, sinceramente
não teria graça
se eu reparasse. 

quarta-feira, 5 de novembro de 2014

Dá medo
voltar praquela semana
onde a gente se via
e acénavamos
sem beijos,
nem abraços.

Éramos como conhecidos
desconhecidos.
Mas, não (nos) resistimos.

Tu és como uma chama
perto de algo inflamável.
Meu sentimento por tu
é algo tão grande,
imensurável.

Estou vivendo de nós.
Nós na garganta
nós no peito
nós no coração.
E de tantos nós
não sei se vai virar um laço
ou se vou acabar me enforcando.

Queria que as coisas fossem fáceis
que não precisássemos escolher
queria que qualquer decisão fosse boa
tanto pra mim quanto pra você.