domingo, 28 de dezembro de 2014

Carlos acha o governo corrupto. "O governo é sujo", ele diz. E por que ele é sujo, seu Carlos? 
- Ora, porque ele é corrupto!
Carlos é servidor público federal e não gosta de trabalhar como servidor público federal. Ele gosta é do salário de um servidor público federal.
Nas segundas, ele chega mais tarde em casa para trair sua esposa e estaciona o seu carro numa vaga para deficientes. E chega em casa com perfume da amante.
Quando vai enfrentar alguma fila, dá um "migué" e a fura.
Nos domigos, ele sai com uns amigos para beber, conversar e jogar poker. Carlos volta para casa dirigindo bêbado, ouvindo a rádio, numa estação sobre política e resmunga "nam! tudo corrupto."
Carlos chega cansado -porque teve um dia cheio- às duas da madrugada, gritando porque não tem comida na mesa. Acorda a mulher. Grita mais. Ela, sonolenta, pede para dormir só mais um tiquinho e ele a levanta puxando-a e empurrando-a.
Ele espera a comida ficar pronta enquanto assiste algo na tv, ao som do choro tímido da esposa.
- Ô, meu bem. Já disse que te amo hoje? Você é linda. - Ele diz.
A tv a cabo de Carlos é gato. A energia da casa dele, também.
Carlos reclama aos berros, às três da manhã, que não existe mais pessoa digna nesse país. Diz que não vai votar em ninguém, porque nenhum político presta. Todos roubam. Todos são corruptos. Enquanto Carlos resmunga, Maria, sua esposa, com olhos inchados e assustada, põe a mesa.
- Esse país é uma vergonha! Diz Carlos, tentando sintonizar a TV.
- Esse governo é sujo! Esse governo é corrupto. O que você acha, amor? Tá insatisfeita com o nosso governo também? Fala Carlos, com a boca cheia... de comida e insatisfeito com essa política.

segunda-feira, 22 de dezembro de 2014

ame-se
por fora
e por dentro
para que tu
respire amor
a todo momento
ame-se
por dentro
e por fora
e não se contente
com migalhas
em nenhuma hora.

domingo, 21 de dezembro de 2014

terça-feira, 9 de dezembro de 2014

acho que não dá,
não!
sinto falta de excitação
de ardência na tua boca
dos desejos da tua mão

meu coração vira um tambor
ao te ver
bate tão rápido
que acho que chego a desfalecer

tu me ensinou a voar
concertou minhas asas quebradas
que nunca tinham me feito voar
no máximo uns pulos
com pousos incertos

certa na certeza
que dói trair o meu sentir
mas é melhor pensar em ti
e em mim

racionalizar não é fácil
queria eu
com minhas asas novas
voar sobre tuas histórias

virei andorinha
e esse ano não vai ter verão
voarei sozinha
pela contramão.

segunda-feira, 8 de dezembro de 2014

estar
sem procurar
motivos para ficar.
ficar
pelo bel prazer
de estar
sem se acomodar.
arder.
sentir.
reconhecer o amor
em si.
reconhecer o amor
em ti.

quinta-feira, 4 de dezembro de 2014

Quero renascer poesia Em tua pele Desenhando com a minha lingua Pintando com teus suspiros Todos os dias.

segunda-feira, 1 de dezembro de 2014

Um quarto de tempo
para que a dor se dissipe.
Um quarto pequeno
para que eu te recite.

segunda-feira, 10 de novembro de 2014

Passou a noite se divertindo
dançou ciranda,
pulou a fogueira.

De madrugada
saiu com os amigos
foi comer e tomar cerveja.

Já estava tarde
havia combinado de ir dormir
na casa de uma amiga.
Mas a amiga mora longe
e não ia embora nem tão cedo.
Então foi dormir na casa de um amigo
que mora perto.

Andou sozinha
mas logo chegou.
Havia duas pessoas dormindo na sala
uma amiga, um companheiro.

Conversa vai,
conversa vem.
A amiga cochila
o companheiro faz cafuné.
- Armaria, que cafuné bom.
E foi tentar dormir.

Dormiu e acordou
tempos depois
sentiu o companheiro voltar a fazer cafuné
não disse nada
já estava incomodada.

Depois sentiu a mão descendo,
entrando por dentro da sua blusa
e ficou imóvel
e sem respirar.

Queria que ele parasse,
mas não sabia o que fazer
e não conseguia encontrar forças
para pedir para parar.

Mandou uma mensagem para o amigo
que mora na casa e estava no quarto ao lado
cuja mensagem dizia
para que se ele tivesse acordado
ir chamar a menina para o quarto.

Mas ele não veio
e a mão do companheiro
começou a descer
e descer
e ela quase morreu sem respirar,
mas, num ímpeto e medo
encontrou forças para virar.

domingo, 9 de novembro de 2014

Despi-me
sabendo que a despedida
chegará em breve.

Fui lenta
como se eu pudesse sentir
todas as terminações nervosas
do teu corpo
pulsarem
e queria guardar
aquele teu olhar de prazer.

Meu passarinho,
em tão pouco tempo voarás
não sei se pousarás
ou se encontrarás noutro ninho
um lugar para amar.

Passarinho,
tanta saudade eu vou sentir
do teu riso,
da tua cara quando estás a aprontar,
do teu toque,
teu cheiro,
teu beijo,
teu cuidado.

Como vai ser
quando eu sentir vontade
dos teus beijos e afagos?
De ganhar o teu riso,
de dar-te um suspiro?

Passarinho,
tanto afeto por ti
há em mim
que eu jamais quereria
um pouso em agonia.

sexta-feira, 7 de novembro de 2014

às vezes não reparo quando
ando com o cadarço desamarrado,
brinco diferente de um lado
nem na quantidade de páginas
que faltam para acabar o livro.

não reparo o quanto de maionose
eu ponho no x-burguer
se o celular está descarregando
ou se você já respondeu uma mensagem
na qual eu me sentiria ansiosa para saber a resposta.

às vezes eu não reparo
e piso na lama
melo a cama
e acabo fazendo um samba.

eu não reparo em muitas coisas,
e acabam me chamando de louca.
mas, sinceramente
não teria graça
se eu reparasse. 

quarta-feira, 5 de novembro de 2014

Dá medo
voltar praquela semana
onde a gente se via
e acénavamos
sem beijos,
nem abraços.

Éramos como conhecidos
desconhecidos.
Mas, não (nos) resistimos.

Tu és como uma chama
perto de algo inflamável.
Meu sentimento por tu
é algo tão grande,
imensurável.

Estou vivendo de nós.
Nós na garganta
nós no peito
nós no coração.
E de tantos nós
não sei se vai virar um laço
ou se vou acabar me enforcando.

Queria que as coisas fossem fáceis
que não precisássemos escolher
queria que qualquer decisão fosse boa
tanto pra mim quanto pra você.

quinta-feira, 30 de outubro de 2014

não sou o sussurro
muito menos o silêncio
eu sou o grito
em todo tempo

não sou ordem
muito menos opressão
eu sou liberdade
e faço parte da revolução

não sou rancor
não sou pudor
eu sou só desejo
eu sou idealizador

e venho propor
com muito clamor
menos censura
e mais amor.

terça-feira, 28 de outubro de 2014

segunda-feira, 27 de outubro de 2014

Dá vontade de te falar tanta coisa
que os teus olhos são olhos de menino
que o teu sorriso me faz sorrir
e é o sorriso mais lindo do mundo
principalmente quando é para mim.

Dá vontade de te falar que tu és especial
que tu tens alma seráfica
que tu tem uma calmaria sem fim.

Dá vontade de te falar
que sou uma pessoa melhor 
desde que te conheci.

Dá vontade de te falar
que o meu coração bate mais rápido
quando estou ao teu lado.

Dá vontade de te falar
que parece que há um imã
que me leva para perto de ti.
Quando percebo
as barrigas estão coladas
os braços dados
os dedos entrelaçados
e as bocas se paquerando.

Dá vontade de te falar
que abraço melhor que o teu não há.
Que o teu beijo esquenta o meu coração
e que, meu bem, não tenho vontade de largar a tua mão.

Dá vontade de te falar
que tu tens o meu gostar
que tu tens o meu olhar
e que o que eu sinto por dentro
tá bem pertinho de transbordar.

domingo, 26 de outubro de 2014

Sinto saudade. Uma saudade que anda de mãos dadas com a vontade que você deixou aqui comigo. Uma saudade que insiste em lembrar do começo, quando era um tipo de amor sem ser; uma vontade, um desejo, uma saudade. 
Escrevi isso com aperto no peito. É o que eu tô sentindo. É o que venho sentindo esses dias. A minha mente me engana, acha que está tranquila e, logo depois, vem esse aperto e essa busca insasiável de encontrar uma solução para acalmar o meu coração. 
Escrevi isso pensando no dia que eu vou acordar sem essa insegurança. 
Tanto pra falar e tu muda. Não tem como me ajudar. Às vezes, por ora, acho que estou sozinha nisso tudo, com algo unilateral. Mas aí eu te beijo e sinto o teu desejo... que vai aumentando o meu e a gente se sacia.
Mas eu cheguei na metade do caminho me perguntando porque a gente está nisso. Se bem que eu sei porque eu estou. Mas não entendo você. Não entendo o porquê. 
Estou começando a querer abrir o teu peito e fuçá-lo para começar a entender qual rumo você está tomando, se estou nele e como estou. Porque eu... eu estou no escuro quando o objetivo do trajeto é você.

sábado, 18 de outubro de 2014

É fácil falar sobre mérito
enquanto uns nascem no morro
e tu em berço de ouro.

É fácil criticar as cotas
e falar em mudança
aos cinco anos tendo poupança
com alguns milhares na conta.

Mas, claro!
Levo em conta que o mundo é uma corrida
e tem gente que sai na frente
branco, rico e "competente".

Veja esses pobres coitados
passando fome no mundo
pra ti são mais vagabundos.
"Bolsa família é para preguiçosos"
e vai viajar com bolsa para fora do país.
- Papai vai ficar tão feliz!

É muito fácil
não sofrer preconceito,
não ser discriminado,
ter comida na mesa,
papai comandando empresas
e achar uma safadeza
pobre, negro
terem chances 
de, finalmente,
conseguirem cargos importantes.

Não vejo como causa nobre
um sistema de mérito vil
no meu Brasil.

Onde não tem espaço para o pobre
e estudo é para quem tem dinheiro
quem não tem, aprende a ser pedreiro.

Eu não tenho nenhuma empatia
com a hipócrita meritocracia.

quinta-feira, 9 de outubro de 2014

terça-feira, 7 de outubro de 2014

Teus olhos serenos
conseguem fazer
minh'alma se arrepiar.

Teu toque, menino
tua pele desnuda
teu gozo
me entorpecem,
me inebriam,
me acedem,
e saciam.

Saboreio teu gosto,
flutuo sobre tua pele
e me aninho a ti
debaixo da chuva
coberta pelo teu telhado,
abraços e afagos
que arrancam
calafrios da minha espinha.

És meu novo desejo
todos os dias.
Tu és, menino
todo pintado de poesia.

E essa minha vontade desmedida
só sacia
com o menino sereno
dos olhos negros
e alma de herói.

Queria ancorar no teu peito,
mas tu és um barco
que está a navegar
então decidi ser marinheira
e por ti
me deixar levar.

sexta-feira, 3 de outubro de 2014

A humanidade está
enducerendo o coração
sem ter um pingo de ternura.

Crianças sestão sendo escravas,

mulheres estão levando bofetadas,
isso quando não são mortas
por aqueles que elas abrem a porta.

O aborto é proibido

deixando milhares de mulheres em perigo
dando prioridade a vida de um nascituro
levando mulheres a morrerem com agulhas de tricô.
E quando as mulheres desistem de abortar
e o filho nasce homossexual
tem que ter direito não!
- É ridiculo essa safadeza,
procurem um psicologo!
- O mundo está perdido mesmo, 
esse bando de viado;
Que fiquem dentro do armário!

Se fosse questão de escolha,

será que escolheríamos
expressar o nosso amor
para a(s) pessoa(s) que amamos
nessa sociedade
racista, machista, homofóbica
que insistem em achar
que o que vale
é ser homem, cristão e heterossexual?
- O resto não é normal!

Drogas são ilegais,

mas estão viciados 
em culpar seus pais.
Mas, senhores de bem, respondam:
quantas pessoas a maconha matou?
Quantas vidas o canabidiol 
já salvou?
Quantas pessoas já morreram
de câncer de pulmão
por causa do cigarro?
Quantas pessoas
já atropelaram
e mataram
por causa da bebida?
A maconha é mesmo um problema?
Ou é o seu e/ou nosso estilo de vida?

Mulheres são abusadas,

homossexuais são mortos,
crianças trabalham,
moradores são espancados,
animais são maltratados.

Com isso tudo, 

eu me pergunto;
Quem estará do nosso lado?

quarta-feira, 1 de outubro de 2014

tudo sinto, nada sabes
nada sentes, nada sei.

tanto pra falar
e tu muda.

engoles meu coração
enquanto eu tento 
contornar a situação.

enquanto tu come
e gozas
dentro do bolo de amor
estou aqui
entorpecida
inebriada
de amor.

domingo, 28 de setembro de 2014

ô minino
ôce gosta tanto
de brincar
com meu coração

tu aperta
solta
e esmaga
no ritmo dum baião

ô minino
faz issu não
se for prá apertá
aperta d'uma vez
se for prá soltá
solta
e deixa vuá
e pousá
longe d'ocê

mas, ô minino
tu sabe
que tu sois
meu bem querê?

não que eu queira
mas penso em tu
ao acordar
inté o anoitecer

vê se pode, minino
invadir meu coração assim
chegar bem mansinho
e criar raízes aqui
mar minino...
mar minino!

sou muito mole mermo
me render a esse desejo
e a esse minino travesso
que insiste em fazê
morada im meu peito.

quarta-feira, 24 de setembro de 2014

Não sou um bom partido
porque eu amo
mais do que eu digo

Não sou um bom partido
pois tenho em mim
todas as dores que eu não digo

Não posso ser um bom partido
porque de partido
já basta
o coração que eu abrigo.

segunda-feira, 22 de setembro de 2014

tu me olhastes nos olhos e dissestes que, talvez, de mim gostasse.
te olhei nos olhos e assenti.
talvez, eu seja apaixonada por ti
porque você é um talvez.
nós somos um talvez.
e talvez a gente seja muito
e talvez a gente seja nada.
de talvez em talvez, a gente se perde.
de talvez em talvez, a gente se acha.
e talvez, só talvez, a gente se desencontre.
para que talvez, só talvez, a gente se (re)encontre.

Sobre e para Frida

Eu transbordo o surreal
e transformo a dor em cartas de amor
meu sofrimento em minha tinta
meu amor no meu pincel
e o meu corpo na minha tela


Sou o que sei pintar melhor
pois sou o que melhor conheço.
Extraio das minhas lágrimas
as cores que eu preciso
pra arte concretizar

Não preciso de sorrisos

pois há amor em meu olhar

Dê-me um trago

pois eu fumo
e beijo a boca
de meio mundo

Voando eu sigo

pois andar
eu não preciso.
Os poemas que faço pra você
são aqueles que você não faz questão de ver

Deixarei de escrever pra você,
darei voz a essa mágoa
que acabou de nascer

Não possuo a arte de escrever bem
possuo a teimosia de achar que escrever
vai me levar mais além
e libertar minh'alma
e deixá-la tomar as rédeas
das palavras

Arranjarei outra inspiração,
quiçá, senão uma nova paixão
Sei que não te deixarei na mão
porque apesar de tudo
tu tens boa parte do meu coração.
E indago, a mim
por quanto tempo irei permitir isso
penso, sim, em te expulsar desse abrigo
porque não consigo lidar
com as coisas que eu ligo.
E eu que achava
que era forte
e que gostar era fácil

Me vejo frágil
à dor
do (teu) passado

Fui atingida por uma flecha envenenada
que vai me apodrecendo por dentro
até que não sobre mais nada.

sábado, 20 de setembro de 2014

Não diga
pra eu engolir
os fatos
e o machismo
escancarado

Também não tente
nem pense
na possibilidade
de oprimir os meus atos

O corpo é meu
as vontades são minhas
e não passo vontade

Sou forte
sou minha
enfrento tudo o que vier

Grito contra o machismo,
racismo, lgbtfobia

Grito contra o patriarcado
e contra quem ousar
inibir os meus atos

Sou Frida
e não me Kahlo.

domingo, 14 de setembro de 2014

Tanta coisa acontecendo
e o brilho no olhar
vai se perdendo.

Tantas fofocas, mentiras.
Tanta falta de sororidade,
de empatia.

O dia vai amanhecendo
com mais uma notícia
"tu não sabe o que eu soube"
... mais intriga!

Enquanto o que eu queria
é que houvesse mais amor,
mais harmonia.
Sem desavenças, sem brigas.
Sem hierarquias!

Respeitar o companheiro
e a companheira
que apesar de não fazer parte
do meu movimento
luta para que esse mundo
seja o mundo que queremos.
tu é tanto amor
e consegue esconder isso tão bem
que me confunde
e no final eu não sei
se tu gosta
ou finge não gostar

tu faz manha quando eu te acordo
faz voz de bebê
diz que vai dormir só mais 10 minutinhos
eu, com pena, deixo tu dormir meia hora
e mais 5 minutos ao acordar
e te acordo fazendo cosquinhas
só pra não ser uma bondade gratuita
e tu alegra o meu dia
rindo e fugindo de mim
e sem parar de rir, pede paz
eu cedo
mas é só tu voltar a rir
pra eu começar a fazer cócegas de novo
e paro com um beijo

desço as escadas morrendo de vergonha
cruzando os dedos para que tua mãe não apareça
e quando ela aparece, fico vermelha
e quando ela vai embora, tu faz "ué, foi tranquilo, de boas"
enquanto eu solto a respiração
tu ri da situação

a gente come pra depois preguiçar
e no calor dos nossos corpos ir se aquecendo
e os nossos carinhos faz o coração ir amolecendo
e amolecendo e amolecendo
amolece tanto que até a minha voz fica boa
e eu canto pra tu
"no tempo que eu era só 
e não tinha amor nenhum
meu coração batia mansinho
tum tum tum"

tu é tão lindo que acalenta o coração
e o mais bonito de ficar contigo
é dormir dando as mãos.

quinta-feira, 11 de setembro de 2014

tanto encanto
fez com que eu perdesse 
o meu canto

e não sei mais
se ainda posso fazer do teu peito morada
ou se tenho que deixá-lo em paz

não deixei que as declarações
fossem tardias
acho que errei nisso
e sinto-me esfriando por dentro
com o arrependimento
de ter sido tão crua
tão tua

entre aconchegos e beijos
tu percebe o quão acelera
o meu peito?

de tanto desejo
sinto fome de beijos
e o pior disso
é que só os teus beijos saciam a minha fome

e de tanta fome
quase não lembro o meu nome

e tão distante
tornasse a saudade
o sentimento mais constante

de tanto encanto
de quem eu sinto desejo
só tem tu
fazendo morada
em meu peito.

domingo, 7 de setembro de 2014

sente o meu corpo
e escuta esse gemido extasiado
que não tá aí por acaso
é esse teu toque, sabor, fulgor

aproveita, meu bem
e me mostra a cor
desse amor libertador.
no teu porão
eu conheci -por fora-
o menino dos olhos 
mais lindos que já vi

por dentro tu és um incógnita
não que eu -ainda- ache ruim!
e por mais quebra-cabeça que tu sejas
te gosto
assim

quero sempre te conhecer mais
e estar mais longe de te conhecer
assim, por um bom tempo vou te ver
e beijos teus, quiçá, num hei de ter?!

porém, prefiro não vê-los
e sim, senti-los
aqui, comigo

sentir como eu sinto o teu toque
na minha pele cor de cobre
de dia e de noite
acendendo minha chama
ascendendo minh'alma
que navega dentro de ti
quando estás aqui
dentro de mim.

quarta-feira, 27 de agosto de 2014

Tem você em tudo em que eu acredito, no que é bonito e enche o olhar.
Tem você no que eu faço e no que eu não digo. 
Tem você em cada esquina, cada abrigo.
Tem você em todo ônibus, avião e metrô.
Tem você na cabeça, nos olhos, nos calafrios e no coração.
Tem você no beija-flor e em quase todas as flores que aparecem no meu caminho -só não as que têm espinhos-
Tem você nas conchas do mar e nos balões quem vêm dentro do algodão doce.
Tem você na estrada, nas árvores e nos bosques.
Tem você confuso e tem você carinhoso, me chamando até por apelido bobo.
Até nos cinemas tem você! E prolonga-se até os créditos. 
Toda pipoca, sendo doce ou salgada, tem o teu gosto.
Todo ping-pong e todo bong. Todo conto, filme e história.
Tem você de Brecht a Marx e Walter Benjamin.
Tem você do branco à cor carmin.
Tem você nas estantes e a todo instante tem saudade.
Tem você em Plutão, Netuno e em Marte.
Tem você em Marisa Monte, Caetano e Chico Buarque.
Tem você onde não tem cabimento e até onde não cabe.
Tem você nos pandeiros, flautas e violas. 
Tem você em Raul, Cazuza e Cartola.
Tem você em todo passarinho e, principalmente, em todo ninho. 
Sabiá, rouxinol e bem-te-vi. 
Tem você em Gil, Buhr e Jeneci.
Tem você em todo recital, reunião e teatro.
Tem você em toda cosquinha, toda mordida, todo abraço.
Tem você em todo cordel sobre o cangaço.
Tem você em toda discografia, sabores e fotografias. 
Tem você presente em toda poesia.

segunda-feira, 25 de agosto de 2014

Tua pele morena
confunde-se com a minha
que pede pra te ver
fora da tela
e te pintar de poesia
alisar o teu cabelo
lamber teus seios
e fazer carícias

Menina da pele morena
tua pele quero acariciar
tua boca quero beijar
e tuas pernas quero entrelaçar

Mas, se tu me negas
não tem problema
ainda tem esse poema
que eu posso guardar
e lendo-o novamente
posso imaginar
que um dia
minha
tu serás.

domingo, 24 de agosto de 2014

Abraçados
braços dados
pés entrelaçados
lençol compartilhado
beijo dado
afago e tragos
chupões e orgasmos
caetano cantando
o sol se pondo
e eu te fitando.

Todos os dias
vejo uma multidão
de cidadãos
que juntos com a alienação
andam com suas roupas engomadas
e pré-determinadas.

Seguem à risca
todos os mandatos 
egoístas, nada empáticos
dos parasitas que enganam e sugam
não só vossas forças de trabalho
e enriquecem com a mais-valia
valendo-se da nossa essência primitiva
de sonhar.

quinta-feira, 14 de agosto de 2014

Sinto-me pesada, como uma caixa d'água que não para de vazar e vai transbordando pelos olhos.
Essa inconstância, essa tpm, esse sentimento de "nem vais, nem vem" tá me deixando doida.
Essa sensação de estar sozinha, também. Porque a impressão que dá é que a única pessoa que ta se importando é a única que eu não quero contar. E eu desconto em tu, só pra depois tu vir falar comigo, me chamando daquele apelido fofo pra eu me sentir mais culpada e mais pesada ainda.
Sinto-me só. Pior... sinto-me só numa multidão.
Queria sentar com um desconhecido e contar a minha vida, mesmo que, no final, ele só consentisse. Queria tirar todo esse peso das minhas costas, queria sanar todas as minhas dúvidas, ou, pelo menos, queria saber se tudo isso vai me levar a algum lugar bom.
Essa inconstância me mata. Essa tpm me mata. Esse teus olhinhos me matam, também.
Queria que alguém me ouvisse e não só escutasse.
Estou caindo num abismo infinito, onde tudo é escuro e frio; pior, é vazio.

domingo, 27 de julho de 2014

Ícaro, tem algo em você que me faz muito feliz e eu fico tentando descobrir o quê. Não sei, deve ser essa tua áurea cor brilhante que ilumina o meu dia, todas as vezes que te vejo. E esse teu sorriso sem jeito.

Chega uma hora dessas e eu só penso no teu nome, no teu sorriso e cabelos encaracolados. Me pego escrevendo o teu nome nas folhas, como se isso fosse capaz de acelerar o dia, e chegar no entardecer de amanhã. É que eu sei que amanhã eu te encontro e sei também que te encontrando eu me perco. Me perco em ti e nos teus braços e afagos. É que são muitas curvas e eu nunca atravessei por essa tua estrada. Chego sempre no meio do caminho.

Ícaro, deve ser essa tua calma, essa tua serenidade e esse sorriso de menino que faz com que eu sinta essa saudade.

Í-ca-ro. Separo o teu nome e digo devagar, degustando todas as tuas sílabas. 
É a maneira de como me bastam todas as tuas vogais e consoantes. Tuas letras escorrem e me escorregam pela boca. Teus fonemas saem da minha boca, numa abertura mínima e com a voz rouca, que é pra não gritar o teu nome. E parece um mantra, uma declaração, uma serenata de amor.

Tua barba. Derreto-me por ela. Teu jeito de ser... pareces sempre um recomeço. As promessas que a gente faz no final do ano. O mês de Janeiro. As sete uvas que a gente joga no mar no final do ano.

Não queria ter te conhecido em outro tempo. Viestes no tempo certo, ensinando-me a expandir os meus limites, me tirando das crises e afirmando que podemos sim, nos dividir, multiplicarmos e somarmos.

Não deixo de repetir o teu nome, que soa como uma canção. E se me faltar a saliva, eu te escrevo em papéis e/ou guardanapos. E te guardo. 

Eu sinto como se eu quase me encostasse no céu. Como se não fosse impossível tocar no fim do mundo. Como se as nuvens tivessem gosto de algodão doce. E como se o tempo, bem, por vezes, parasse.

Fazia tempo que eu não escrevia sobre "gostar" em prosa. E, Ícaro, posso dizer que não troco o que a gente tem por nada que eu tive. É de uma leveza sem fim, como flutuar de olhos fechados.

Eu quero falar para todas as flores que vejo o quanto você é belo e seráfico. E como você se parece com elas. Eu quero te falar de quando eu brincava enchendo bola com água e jogando, nos meus amigos, na calçada. Eu quero te falar do bolo de fubá que eu a-do-ra-va. E quero que tu me fales, também, de tuas brincadeiras, sorrisos e quiçá bebedeiras. Eu quero te descrever os dias em que sentei sozinha na praia, onde eu achava que não seria capaz de encontrar uma criatura seráfica que me fizesse acreditar que é possível esse tipo de gostar. Gostar de um pássaro, que a qualquer hora pode voar, cujo não sei se voltará.

Ícaro, tu é alguém pra se guardar com todo o cuidado e carinho. Pra ter uma foto dentro da carteira e dar um beijo quando se tem saudade. Aquela saudade que é mais amor do que amar. É o que eu sinto. 
Tu é homem pra quem se escreve carta quando se está na guerra. Pra se comer com as mãos e não com colher. Pra se perder sem querer voltar, mas saber quando é a hora de partir.

Mas, essa fome, essa ansiedade e vontade de te ver, uma dia passa, Ícaro. E mesmo sabendo que isso passa, por ora, não consigo me imaginar te ver passar sem o coração apertar. Com o relógio passando mais rápido que o mundo. E falando o teu nome sem suspirar, sentindo vontade de sentar na cadeira, na varanda, vendo a vida passar e não me levantar nem pra te abraçar. Um dia o apetite dimunuí, eu sei. Ele quase some. Mas, enquanto esse dia não vem, vou te comendo devagar, pelas beiradas, até que não sobre nada. Mas, quando não sobrar, dou um jeito e te reinvento. Faço outra receita, cozinho mesmo tendo colocado fogo na casa.

Enquanto os ingredientes durarem, meu bem, e houver essa vontade recíproca de sermos degustados, iremos nos reinventarmos.

quarta-feira, 23 de julho de 2014

Eu senti que ia te ver no corredor. Eu tava morrendo de saudade, mas a abafava, dentro-dentro de mim; tampava aos gritos, disfarçava. Te vi, te abracei, esquentei, congelei, te abracei de novo e beijei, na bochecha. Eu podia fazer isso o dia todo. Meu Deus, que saudade é essa que não se esvai? Que não sai do meu corpo. Que não me larga? E como posso senti-la mesmo estando contigo? Mesmo conversando, te fitando e sendo fitada? Eu percebo, sim; o jeito que tu me olhas e como o teu sorriso é bonito. E o jeito boba que sorrio? Por vezes me pego sorrindo pelos cantos.. lembrando.
Mas, tu és assim, né? Confuso da cabeça aos pés. Tu chegas de mansinho e, quando percebo, nossos dedos estão entralaçados; nossas bocas no mesmo nível, se paquerando; nossos olhos se fitando e não, não nos beijamos. E fico me perguntando o porquê. É como se estivessemos de paquerinha de novo... como era no início. Tu lembras? Duas semanas pra rolar o primeiro, segundo, terceiro, quarto beijo. Era uma novela. Todo mundo perguntava: E aí, já ficaram? E quando ficamos foi algo lindo. Digno de ser esperado e valeu a pena toda a espera, toda a ansiedade. E dá uma dor no coração, sabe? Ver como as coisas mudaram. Como ficamos rasos.
Lembro de quando tu dizias que estava com saudade. Ou que ia ficar pensando em mim. Hoje é tão diferente. E dói, viu, menino? Tento sufocar essa dor ao máximo. Mas, dói, sim. Por mais que eu me faça de forte e, às vezes, até acho que a abafo tanto ao ponto de não senti-la; mesmo que por minutos. Mas é tão bom. É como se eu me sentisse livre disso. Da sensação do "eu gosto sozinho".
Tu deverias ser menos confuso e, ao menos, me beijar ou me soltar de vez, não?
Tu és comedido. Tu sabes. Eu te disse isso. E eu sinto as faíscas que trocamos quando estamos juntos. Mas não é mais São João, nem final de copa. As bombas não estouram mais. É como se tudo tivesse passado e, de fato, passou. Mas, espero pelo dia que passe de verdade, não só pela metade. Ou que inventemos de voltarmos a sermos fundos.
Mas, sabe... agora parei pra pensar. Vale a pena? Talvez, sim. Mas eu me canso tão rápido...
(Já falei como é irritante o que tu fazes comigo? Fico inconstante num grau que nem eu imagino!).
vou te dizer, meu amor com todo esse ardor que em mim brotou: não valeu a pena nem a dor nem o poema.

quarta-feira, 16 de julho de 2014

o tempo todo
só falo de amor
só falo de afeto
e de uma pequena dor

só escrevo poema
atrás de poema
atrás de poema

só falo d'ocê
e nada disso
vale a pena

não tem rima
não tem métrica
não tem sentido
nem tenho sentido
e não tem quem aguente

não tem estrutura
nem cabimento
ou argumento
que sustente

mas eu insisto
em continuar a escrever
e se no fim
não valer nada
nem intelectualmente
nem academicamente
nem pra rasgar em pedacinhos
ou pra me fazer flutuar um pouquinho

pelo menos
vou ter um poema
onde absolutamente tudo
foi quase nada

domingo, 13 de julho de 2014

Se conter não dá pra mim
entro assim:
com o coração aberto
preparado para o que (tu) der
e vier
Não sei viver paixões comedidas
Não tem graça limitar-me
demarcar o meu sentir
como se tivesse uma tabela:
"olha, não pode passar daqui"
Tem graça mesmo é sentir sem moderação
curtir, talvez, com precaução
mas limitar o meu amor, não.
Não sei se vou Não sei se fico Ou abdico
Não sei se vai dar em nada Em tudo Ou se vai ser outro furo
Não sei se a gente comemora Ou chora E se desgosta
Mas, de qualquer forma tu tens a chave abre a porta e se eu ainda estiver vamos embora?
Mas Não sei Se João Pessoa é um lugar legal Ou se tu, meu bem, preferes Natal.
É estranho e cômico
andamos juntos e nos fitamos
mas o corpo repele, da minha parte
da tua, tu quer mais, chega perto
te beijo, mas é isso
é o meu bem que tem o meu afeto.

Andamos lado a lado
te faço um carinho
mas não quero pegar na tua mão
tu vem
acha pouco, entrelaça os dedos
mas não é teu o meu desejo.

Entralaçar os dedos
é com o meu bem
e eu só queria
que o sentimento que tu tem
ele tivesse, também

Tu me pegastes pra dançar
mas na verdade
quem dançou fui eu.

sexta-feira, 27 de junho de 2014

Tristeza,
sinto muito
mas na minha vida
não tem mais espaço pra você

Enfrento e enfrentarei
meus medos
e os dele, também

Entrego e me entregarei
sem medo
pra ele. Que mal tem?

Não vou embora
Nem tente

E para o passado
eu deixei um presente.

terça-feira, 24 de junho de 2014

Dá vontade de fugir
esse medo que dá
de ficar sem ti
(por mais controverso que isso seja)

Dá vontade de fugir
só não sei pra onde
se pra perto
ou se pra longe.

segunda-feira, 23 de junho de 2014

Quando te chamo de meu bem
quero te chamar de meu amor

Quando de longe tu vens
eu já estou esperando

Quando calado ficas
tua boca está com a minha

Quando as mãos entrelaçam
o meu corpo fala
e ele grita
te pedindo
- não vá embora, fique comigo.

quarta-feira, 21 de maio de 2014

Menino do rio

Aquele amor que é o contrário de Drão; ninguém precisou fazer o amor morrer pra germinar. Ele germinou sem força alguma. Apenas nasceu, brotou e está longe de morrer.
Tu estás tão longe mas não deixo de te imaginar perto de mim. Não deixo de sonhar contigo. É até meio que um castigo, já que não é real e que não estás aqui comigo. Se ao menos eu pudesse vê-lo, já seria um grande alívio.
A falha da tua sobrancelha, teus olhos, teu sorriso... Ah, menino do rio... se tu soubesse que por mim eu andaria esses quilômetros todinhos a pé só pra poder ver isso tudo ao vivo...
7 meses. 7 meses e vou te poder sentir. "Bem aqui", do jeito que queremos. Do jeito que pedimos.
E eu, como a Dora de Caymmi, irei na tua cidade te ver passar. E, Menino do rio, não vai ter 1 centímetro teu que não irei beijar.

quarta-feira, 7 de maio de 2014

Trancado

Meu coração se empolga tão fácil
que às vezes acho melhor trancafiá-lo
e deixar a chave dentro de algum armário

Gelado que era
agora deu pra pingar
Deixa pingar não, moço!
No freezer é o seu lugar

Longe de amores possíveis
que trazem dor
talvez alegria
mas hoje eu não quero amor.

terça-feira, 29 de abril de 2014

Copo cheio de vazio

Um copo pela metade é meio vazio
meu coração está oco desde que tu saiu

Meu coração foi atingido por um flecha envenenada
não quero amor, não quero nada

Porra, cupido. Por que fizestes isso?

Quando tento amar, eu não consigo

Talvez seja melhor um coração oco
do que estar contigo
e o melhor é que além de todo mundo
eu também vejo isso.

sexta-feira, 21 de março de 2014

eu quero morar com você
numa casa assim, sem angústia

com alpendres e uma rede pra nós dois
com a vista verde
e tu juntinho de mim

cantarolando vinicius e cateano
com essa voz doce 
que hipnotiza a mim
quero te dar um bom dia
cheio de poesia
e ternura, dentro e fora de mim
quero ser tua pequena
e esses teus olhinhos doces poder olhar
tua voz que arrepia minh'alma 
não vou cansar de escutar
vamos comer pizza à noite
depois de uma partida de video-game
e antes de nos embebedarmos 
e acordamos ao amanhecer

eu quero morar com você
e uma eternidade poder viver. 

sexta-feira, 28 de fevereiro de 2014

Morrer de amor

Amei, certamente; uma, duas, três vezes. E amaria de novo, ainda achando que amor não morre, se mistifica. 
Eu amo. Quem morre de medo de amar, na verdade, não sabe viver. Quem morre de medo, não sabe que existem motivos melhores para morrer a cada dia. Coloco a cara a tapa. O coração no meio do mundo. Abro o meu peito e deixo o amor entrar; rápido ou devagar. Morri e morreria de amores de novo. Mais uma, mais três, mais cem vezes, eu não me importaria. Quebraria a cara, também, mas umas duzentas vezes. E, tem mais, eu digo que amo. Esconder sentimentos não é para mim. Eu os exponho e os vivo sem medo, mesmo que sozinha.
Amar é se matar aos pouquinhos e reviver mais rápido ainda.
O difícil é aceitar que só a morte nos prepara para a vida.

domingo, 23 de fevereiro de 2014

Meu amor
obrigada
por toda dor

Pelo beijo em mim, não dado
pelo beijo em outra, na minha frente
pelo sentimento jogado
na lata do lixo

Meu amor
obrigada
pela carta de alforria
por tudo, enfim

Hoje eu leio sobre ti
e não há nenhum sentimento em mim
sonhei contigo
acordei e achei que te amava
mas, meu amor
eu não sinto nada.

domingo, 16 de fevereiro de 2014

Num porto a ancorar

Meu coração anda tão pesado
Por conta do peso, eu sigo calado
Flutuo em meu barco, morrendo afogado
Não grito socorro, nem tomo cuidado
O amor me cerca por todos os lados
O amor me acusa de ser o culpado
"Amastes certo, escolheste errado"
Meu peito encolhe, estraçalhado 
Baixinho me pede que seja ancorado
Meu coração
Anda
Tão
Pesado.

quinta-feira, 13 de fevereiro de 2014

Tenho raiva de mim por todas as noites, lembrar de você, antes de dormir. Tenho raiva de mim por não te esquecer um só dia. Tenho raiva de mim por ainda sentir algo por ti; e por lembrar de você beijando outra, todos os dias.
Queria matar tudo que eu sinto por você e tornar em poesia. Queria moer o meu coração até ele virar pó ou maresia.
Eu me odeio mais que tudo por ainda te amar, por querer te chamar de "meu menino", por querer me sentir tua, de novo.
Eu não consigo amar outra pessoa, nem chegar perto disso.
Minhas mãos não se entrelaçam em outras, meus beijos não transmitem desejo, meu corpo não acende pedindo outro. Ele ainda pede o teu, ele ainda quer ser teu.
O meu sorriso ainda lembra de tu. Minhas mãos pedem o teu corpo, a tua boca, a tua barba mal feita.
E me odeio por isso. E me odeio mais ainda por esse ódio não ser maior do que o amor que eu sinto.

sexta-feira, 24 de janeiro de 2014

Olha só, moreno

Lembro quando tu, pertinho de mim, olhou nos meus olhos e disse "vou tocar uma pra você" e, então, começou a tocar e cantar "janta"; uma música que acho tão clichê e soou tão linda vindo de você. Depois tu começou a tocar uma música e eu disse que era a minha preferida; realmente era.
Moreno, moreno; tu bem que podia sair um pouco da minha cabeça, ou, pelo menos, deixar de ser doce assim. 
Moreno, moreno... teu beijo não saiu de mim.

"Olha só, moreno do cabelo enroladinho
Vê se olha com carinho pro nosso amor
Eu sei que é complicado amar tão devagarinho
E eu também tenho tanto medo
Eu sei que o tempo anda difícil e a vida tropeçando
Mas se a gente vai juntinho, vai bem"





segunda-feira, 20 de janeiro de 2014

Nosso amor morria já, ali; e morreria mais à frente de inanição Eu te dei o meu amor mas tu comeu o meu coração.
você me pede
um cigarro
enquanto
o que eu quero
é ser tragada
todinha
de uma ponta
a outra
sem sobrar
nadinha.

segunda-feira, 13 de janeiro de 2014

O amor faz a gente tomar medidas desesperadas, a falta de amor, também. A gente promete e quebra promessas, pra fazer raiva, ciume ou chamar atenção, tudo pra ver se quebra a indiferença. O contrário de amor não é o ódio, é a indiferença.
Já derramei tantas lágrimas que dava pra encher uma piscina, meus olhos não têm tamanho, minha voz é trêmula, embargada. Saio e não consigo me divertir, é fácil sorrir para fotos; difícil é ficar sem ti e tentar me acostumar com esse buraco negro, essa falta.
Não aguento pessoas falando o teu nome, perguntando por você ou quando vão te conhecer... "acabou"... "vocês pareciam tão bem".
E os nossos planos? Nossa casa com alpendres? Nosso pug chamado Chico? Nossa filha chamada Lis Maria e nosso filho chamado Luiz?
E a nossa lua de mel no Uruguay? Nossas músicas, fotografias... nossas vidas?
É ruim ter que carregar uma saudade sozinha, principalmente porque também carrego uma saudade do futuro.
É ruim ter que assistir um filme de duas horas, sozinha, sem estar abraçada contigo, sem sentir o teu cheiro, sem tu me chamando de "minha neguinha".
É ruim não poder apertar tua campainha, te ver abrindo a porta com um sorriso e dizendo pra eu correr de Linus.
É ruim não poder chegar e pedir uma camisa tua, te ouvir dizer "pra quê? fica sem", e colocar mesmo assim, só pra ter o prazer de tirar depois.
É tão ruim não poder deitar te olhando e te ouvir dizer "o que foi?" "nada". Eu ficava te admirando, bobo. Fitando o teu rosto; olhos, boca, barba... como tu acha que eu soube na lata onde estava o teu pelo ondulado da barba? Eu fico admirando o homem que você é. O homem que roubou meu coração e me faz sofrer como desejou que eu sofresse. E eu sofro, viu, neguinho? O que me dói mais ainda é que meu sofrimento é a tua alegria; mas, se te deixa feliz, eu digo: dói, viu, neguinho? E tá doendo tanto que tu nem imagina.

sábado, 11 de janeiro de 2014

amor é assim: em um dia a gente se dá e no outro a gente se dana.
se você quisesse voltar,
meu amor,
você voltaria
se você quisesse voltar,
você,
volta, 
amor,
daria...

quinta-feira, 2 de janeiro de 2014

Hoje faz dez meses que tudo começou. Eu lembro até hoje.
Lembro do meu vestido, lembro da tua blusa azul e teus óculos de sol.
Eu cheguei e você estava com amigos, te vi e passei direto; eu estava com vergonha. Comprei um carreteiro e você me viu. Me deu um abração, parecia que já me amava. Apresentou-me a um amigo e pediu pra ele falar sobre uma resposta a um poema de Manoel Caixa D'Água que ele tinha feito. Depois eles foram embora e fomos pra o beco. Rodrigo, um -agora- conhecido, te pediu o óculos emprestado, enquanto íamos para a nossa segunda garrafa de carreteiro. Você odiava carreteiro e tomou, por mim.
Colocamos rivotril na nossa bebida haha e não bebemos mais. Eu estava encostada em um carro e você na parede. Você disse que eu havia te encantado, que há muito alguém não te encantava assim e nos beijamos. Então, sugeri ir pra sua casa. Eu já estava muito bêbada.
Deitei na sua cama, você foi ao banheiro e eu tinha tirado o vestido. Não sei o que deu em mim. Depois me vesti, disse que ia embora, sentei no corredor do seu prédio, você abriu o portão e eu fui.
Fui e voltei. Pra casa errada, mas, voltei. Chamei teu nome várias vezes e tu não vinha, amor... e chego a conclusão que tudo termina como começou.

quarta-feira, 1 de janeiro de 2014

2014 chegou. 
Parei pra pensar em como mudei ultimamente. E sinto vergonha.
Eu era uma menina doce e sabia que adocicava mais a vida das pessoas. Eu era feliz. De um jeito verdadeiro e era como se essa felicidade contagiasse as outras pessoas... Hoje vejo que não tenho nem 2% dessas pessoas, nem daquela felicidade. 
2013 foi um ano bastante intenso e o pior, fui pra longe de mim.
Fui pra longe de tudo que eu acreditava ser certo. Fui pra perto de tudo que eu acreditava ser errado.
Hoje eu saí do meu corpo de serpente e entrei num casulo. Deixei tudo de ruim e errado pra trás; toda aquela amargura e sentimentos ruins.
Não insistirei, não irei atrás... o amor, se quiser, que venha até mim. E vai ser muito bem recebido.
O amor, agora é livre. Como era no começo e como deveria ter sido até... até... enfim.