sábado, 27 de abril de 2013

Amável

Pergunto o que eu fiz de tão bom pra merecer um amor assim, que sabe direitinho como cuidar de mim. Sinto muito por não ser recíproco todo esse cuidado, meu amor. Sinto muito mesmo. Sinto muito pelo meu egoísmo, falta de compreensão, insegurança, birras e falta de controle. 
Estou tentando melhorar, por nós dois. Sendo moldada -infelizmente, lentamente. 

Te ver hoje daquele jeito me doeu tanto. Tanto tanto tanto que tu não imagina. Mas, sabe o que me doeu mais? Esse teu jeito amável de ter todos os motivos do mundo pra me querer longe, pra me tratar mal... e me tratou como se você fosse o culpado -e eu, a pessoa que foi magoada, que teve os seus esforços jogados no lixo por duras palavras. E sinto um aperto no peito, só em lembrar de hoje.

Puxasse o meu corpo pra ti -quando deverias fazer o contrário
Beijasse a minha mão -quando deverias sentir repulsa
Beijou-me os lábios -quando deverias xingá-los
Entrelaçou-me os dedos -quando deverias não tocá-los

E eu repeti, de novo: 
- Por que tu és assim?
- Assim como?
- Amável

Eu te amo tanto, queria que tu nunca duvidasse disso enquanto essas palavras saírem pela minha boca.
Enquanto essas palavras deslizam pelos meus dedos. 
Enquanto essas palavras possam ser enxergadas através dos meus olhos.
Enquanto essas palavras possam, além de tudo, adentrar em ti.

Aliás: boca, dedos, olhos, adentrar (...)

Sabe, eu não tinha esperanças em relação ao amor. Não tinha e achava que não ia ter por muito tempo. E tu veio assim -sem pedir licença- e, de repente já tinha se apoderado do meu órgão oco. Do meu órgão que já não batia forte por alguém. Você foi como várias doses. Inebriante; roubou-me os sentidos, a fala, a respiração -e ainda rouba.

Você é o maior ladrão que já entrou na minha vida! Roubastes um potinho que eu guardava a sete chaves! Um potinho que já estava empoeirado. Que já estava sem esperanças, triste, desolado. E você deu-lhe vida. Deu-lhe esperança. Deu-lhe calma. Você deu-lhe o maior presente que alguém poderia dar: abrigo.
Você, meu amor... você veio assim: sem mais, nem menos e multiplicou tudo na minha vida. Deu sentido, afeto e poesia.

Eu o amo como se toda despedida, fosse um adeus.
Eu sinto tanto a tua falta, mesmo quando estás presente (e isso não quer dizer que estás longe, mesmo quando estás perto... NÃO. Quer dizer que eu sinto como se nunca fosse capaz de matar essa saudade -saudade que vai me matando aos poucos e que só para com a tentativa de homicídio quando estás perto de mim. Essa saudade é uma danada, sabe fazer chantagem como ninguém). 

Começou a chover e sabe do que eu lembrei? Do teu aniversário! De como saímos feito duas crianças para sentirmos a chuva. De como saímos descalços, molhando um ao outro, nos abraçando. De quando chegamos na casa da pólvora e começamos a dançar tango, na chuva, molhados, descalços. Sendo observados por todos que ali passavam, como se todos fossem testemunhas de como somos feito um para o outro, de como nos amamos.

Você tem a melhor parte de mim. Uma parte -ainda- muito defeituosa, mas que está sendo moldada para ser digna do teu amor.


E agora, mais uma vez, eu repito: desculpa!

Tipo agora.




Roubei a madrugada pra chorar.
Sinto-me uma nuvem carregada. Estou pesada, vou me desatando em lágrimas. Paro, continuo, paro.
Sou uma nuvem em João Pessoa... aquela, que deixa o mormaço.
É muito ruim sentir-se segura e tudo começar a desandar.
Uai, desandar é comigo mesma! Sou um caranguejo. É isso que nós, cancerianas, fazemos!
(Às vezes precisamos retroceder pra avançar e, também, às vezes precisamos andar para trás só pra sairmos do lugar -esse é o pior lugar que você pode ir. Por favor, tente de tudo; corra, voe, rasteje... só não vá lá).
Eu me pergunto até que ponto o amor pode suportar
Eu me pergunto até que ponto EU posso suportar.
Mas, o pior é não ter motivos pra isso tudo. Não, retifico: o pior é saber que não tenho motivos pra isso tudo, mas, ainda fico mal. É como um amigo meu me disse: "Eu não entendo porque tu fica tão triste tendo tudo nas mãos..."
Aí, meu amigo, eu te respondo: a causa disso tudo é o amor. Agora, amor de quem?

quinta-feira, 25 de abril de 2013

Disse que nunca amou ninguém
[como me ama]
num sábados desses
numa tarde dessas
E eu sorri
e desacreditei depois
e quero, por fim, acreditar
Porque, meu amor, alguém assim
como tu, não é fácil de achar.

E eu que sei
que todos os sábados
-segunda a sexta, domingos e feriados-
novas histórias vamos formar
novos sorrisos vão surgir
novos (en)laços
nossos corpos emaranhados
e, talvez, alguns choros
-pra expulsar qualquer gosto amargo.

Quando eu te olho
sinto um negocio doido
Eu sinto como se eu fosse um ímã
e tu, uma barra de ferro
Eu sinto o meu corpo pedindo o teu
Meus lábios querendo conversar com os teus
-roçando a língua, explorando tua boca-
e desejando -o tempo todo-
que tu sejas (só) meu rapaz
e eu, tua menina
e que não nos soltemos
nunca mais.

Doce minha língua com teu gosto
tua saliva em mim
nosso sabor misturado
num emaranhado de beijos, sexo, afagos
Suor, carinho, arranhões
música, poesia
tudo encaixado
lacrado
amado.

Tu és assim, pintado de poesia
faz com que eu sinta um frio danado na barriga;
como se tivesse uma borboleta assassina
querendo matar todas as borboletas que habitam em mim
e elas ficam confusas, sem saber para onde irem
começam a correr, cegas, com medo
e fazem aquela confusão enorme procurando uma saída
e batem umas na outras
causando uma sensação estranha de guerra mundial dentro de mim

Eu te olho e já me entrego
lambo os beiços
tiro lasca
também, a casca
e, não se preocupe, meu amor
pois não fugirei mais da tua casa.

domingo, 21 de abril de 2013

O palhaço chora escondido quando tem saudade. Um dia, não aguentei -no picadeiro, chorei- e o circo quase arriava de tanta gargalhada...

quinta-feira, 18 de abril de 2013

#1

Tua voz libera rajadas de endorfina em mim, teu toque acende todo o meu corpo, me arrepia a alma, faz-me querer-te dentro de mim. 
Queria tanto tê-lo comigo, aqui, agora, pertinho, juntinhos. 
A sensação que eu tenho é que nunca vou ser capaz de matar essa saudade que eu tenho de ti.
Queria nossos corpos juntinhos, encaixados. 
Queria sentir o teu gosto e te lançar um olhar safado.
Queria puxar os teu cabelos, te arranhar, morder, passar minha língua no teu corpo e senti-lo gemer com olhar de "não para".
Eu desejo cada centímetro teu.
Desejo tuas mãos percorrendo pela minha pele, o calafrio que sinto quando isso acontece, tua língua passando pelas minhas entranhas -tirando o meu ar e me fazendo suplicar pra você adentrar em mim. 
"Vem vem vem..."

Esse menino é um caso sério; enche minha boca de prosas, poesias -vontades- e versos.


Só... não pare.

domingo, 14 de abril de 2013

Encontro ao vento

Fazer esse ninho, enlaço
Sabiás amam sem medo de pousar
Lançar voo, ir de encontro ao vento
Pra lhe mostrar
Correr ao sol de ti, no encalço
Buscar caminho, em ti navegar
Abrir vela no mar violento
Pra te entregar
Da pétala, a flor, menina
Fugi com ela, num porto a ancorar
Corri do alto, na grama, do vento
Pulei do impulso pra nos firmar

Sérgio Vilar/Gabrielle Chaves

sexta-feira, 12 de abril de 2013

sua boca agora livre
suas mãos desimpedidas
seu olhar vagueando
pensar nisso 
me deu um asco de morte

não sinto mais as minhas pernas

não sinto mais os meus braços
tudo isso são saudades dos teus afagos

quero pedir arrego

quero os teus beijos
quero teu travesseiro
e também o meu nego

quero vestir uma de suas camisas

quero arranhar tuas costas
te deixar marcado
e um bilhete em cima do armário

meu corpo clama pelo teu

a saudade transborda
o meu corpo todo chora
pedindo um só moço

o meu moço

o meu nego
o meu amor
o meu menino
o meu

o meu que não é mais meu

o meu que eu deixei
que fui embora
e não mais voltei

o meu que não sei como está

e queria muito saber
queria um beijo dar
e fazer tu(do) esquecer

esquecer o que eu não sei (essa frase, você escolhe onde pôr a vírgula)


olhe, meu amor, minhas rimas acabaram, minhas lágrimas se esgotaram e não tenho mais dinheiro pra embriagar-me o suficiente, então eu escrevo. e escrevo pra ver se tudo passa, se eu passo, se passamos - por nós dois, por isso, por tudo. hoje, logo ou depois - ou não, não sei. 

amar dói tanto, queria não sofrer, queria que não doesse, queria não ter essa vontade de me encolher ao ponto das minhas costas se abrirem e eu sair de mim e correr pro mais longe possível. eu não aguento mais, eu não me aguento mais.

meu amor, seja feliz, seja muito feliz, mas não perto de mim. amor tem que ser leve, tem que ser puro, o nosso foi breve, mas não mudo. foi até muito barulhento, um cais, amor demais.


meu amor, talvez eu volte, eu não sei. eu te amo, não costumo dizer isso com muita frequência, mas eu amo. com todo o meu amor, todo o meu coração, toda a minha vontade de te fazer feliz - estando aqui ou ai. meu amor, fique mal não, senão eu não (me) aguento.


meu nego, meu dengo, meu preto


sempre disse que não era de homem algum, que eu era minha, só minha e de mais ninguém, mas cá estou. pedindo pra tu me devolver, porque não sou mais minha, me roubastes pra ti. eu sou tua. o meu pote é teu. não sei se quero que tu me devolvas. meu amor, meu menino, to com tanta saudade. 


olhe, me atraquei nesse cais por amor demais. 


e num é que as lágrimas voltaram? foi só eu lembrar do teu primeiro "eu te amo". 6 de abril, à tarde, encaixados, exalando amor. eu nunca pensei que poderia sentir tanta felicidade ao ouvir essas três palavras. e eu senti. e retribui. meu deus, meu nego, eu quero voltar, eu quero a gente, eu quero nós dois. 


mas eu não aguento, eu não aguento.eu não aguento todos os "se" que ecoam na minha mente. e ela é muito traiçoeira, ela não se contenta em me ver feliz. e me dá ideias loucas e me deixa louca. acho que tem ciumes de ti.




olhe, é que eu não aguento. eu sou muito masoquista, mas eu não aguento.

eu não aguento... ficar longe de ti.

nego, eu peço arrego.


e, nego?

espero do fundo do meu coração que todos os fantasmas tomem no rabo
porque eles são fantasmas... mas, eu não.



11 e 12 de Abril.

quinta-feira, 11 de abril de 2013

Linha tênue entre egoísmo e altruísmo

Eu não aguento.
Não aguento essa inconstância que vive a me atordoar, que não me deixa em paz, que não me deixa quieta, que não me deixa ser completamente feliz. Isso é tão ruim.
Mas, sabe o que é pior? As pessoas acharem que isso é besteira. Que essas coisas [traumas, inseguranças] a gente pode superar assim, do dia pra noite. E que tudo não passa de uma mera chatisse.
É chatisse sim, eu sei. Mas, mais chato ainda é quando uma das pessoas que você mais ama no mundo, não te compreende.
Eu tô numa guerra nuclear dentro de mim, eu tô explodindo e implodindo cada centímetro do meu corpo. Estou sentindo todos os meus pedacinhos, cada centímetro pegando fogo. Só o meu coração que está gelado.
Às vezes dá vontade de sair correndo e abandonar tudo. Aí lembro que só tem uma coisa que me prende - alguém. E é com esse alguém que eu me importo, que não sei se é melhor eu ficar ou ir embora. Acho que só vou saber mesmo, indo embora.
Eu tô um caos, eu não aguento mais chorar por causa de todas essas incertezas que a minha mente cria, por causa de todos os filhos da puta que já passaram pela minha vida. Por causa do cara que me viu como uma carne comprada num açougue. Uma carne que tava podre. E me jogou fora logo após.
Pelo cara que me trocou por outro tipo de carne.
Pelo cara que desdenhava por eu ser a carne mais barata - e foi justamente com esse cara que passei boa parte dos meus dias.
Olhando de hoje, não sei como duas pessoas que se faziam mal, conseguiram ficar juntos por mais de um ano. Chega a ser doentio. Mas, o que o amor não faz? Por mais que tenha sido um amor que fazia mal aos dois, não venha me falar que não era amor...
E depois? Só mais desilusões, só mais ilusões, só tombos... e eu vivia super-hiper-mega-ultra-power bem com isso. Bem ao ponto de não deixar isso interferir na minha vida. Porque, nem homens eu deixava entrar na minha vida. E, talvez, deveria continuar assim, pelo menos, pelo paz mundial e pela minha lucidez, talvez.
Eu só não sei o que fazer, os fantasmas ficam me pertubando, ficam debaixo da cama, ficam aonde não posso vê-los e fico imaginando se eles ainda estão aí. E o único caça-fantasmas que eu poderia clamar, é por quem os fantasmas estão atraídos, puta sacanagem do destino. E eu fico me perguntando "Quem sou eu perto desses fantasmas?" Ora, se voltam é porque sentem falta ou semeiam algo. E penso em mais coisas que me deixam muito mal também. A questão sempre foi, o problema sempre foi comigo - e não com os fantasmas, afinal, eu sou a intrusa, eles já moravam na minha casa.
E ser tão egoísta comigo me dói tanto!
Eu não queria estar numa situação que qualquer decisão leva à dor. Porque eu não consigo parar de pensar em coisas que me deixam mal. Não consigo parar de pensar em como eu deixo os fantasmas mal, OS MESMOS FANTASMAS QUE TÃO POUCO SE FODENDO, que já tentaram me matar, mas não conseguiram segurar a faca. Mas, também, não paro de pensar no meu menino. No meu menino que eu tanto amo e tanto quero passar minha vida ao lado dele. Mas, antes, ele teria que se livrar dos fantasmas. E como fazer isso se no fundo eu não quero pedir? Ora pois, os fantasmas são dele!
Mas eu não posso seguir assim, e nem vou.
Por mais que o ame com toda a força do meu ser, com toda a minha vontade de passar o resto da minha vida ao lado dele. Por mais que o ame ao ponto de secar em lágrimas, de nunca conseguir matar essa saudade. Por mais que o ame ao ponto de....... deixá-lo partir.
Porque, afinal, os fantasmas já estavam ali.

Seria um egoísmo sem fim, pedir pra tu esperar ficar tudo bem pra continuarmos
Seria um egoísmo sem fim, partir assim, sem dizer nada
Seria um egoísmo sem fim, deixar marcas dos fantasmas na nossa [futura] casa
Seria um egoísmo sem fim, alimentar os fantasmas
Seria um egoísmo sem fim, não ter uma despedida
Seria um egoísmo sem fim, passar uns dias na casa de uma das melhores amigas - que você não sabe onde fica. E me pergunto se você soubesse, se iria atrás de mim.

Várias coisas seriam e são um egoísmo sem fim, mas fazer mal a quem eu amo, por causa de todas as minhas inseguranças é algo que me dói. É algo que me sufoca saber que tô fazendo mal, assim, pra quem gosta de mim. Se vai doer, que seja de uma forma limpa. Sabendo que vai doer pra o bem, pra eu tentar ficar melhor. E se tudo for verdadeiro, vigerá.

Mas, que me desculpe os fantasmas...



Adíos.