domingo, 24 de maio de 2015

tristeza invadia
e eu mal sabia
que essa ausência de alegria
era o desperdício de energia
que aglutinava
a vontade descabida
de ser alguém na tua vida.
desisti
pra ser alguém na minha vida
todavia, deixei pra traz essa ideia
dessa falsa simetria.

quinta-feira, 2 de abril de 2015

ESQUERDOMACHO

Discute machismo e o que não é: com uma mulher.
Na teoria é defensor das mulheres e contra abusos/abusadores, na prática consola os abusadores e acha que expulsá-los de algum movimento é "demais".
O feminismo é massa, até que uma mulher fique à frente de algo.
Contra a exploração das mulheres mas não contribui nas tarefas domésticas.
Quando chegam novatas no movimento ficam logo em cima.
Prega o relacionamento aberto e se a mulher não consegue naturalizá-lo é porque ela é uma ciumenta possessiva.
Corta a fala das companheiras.
É contra a exploração do corpo das mulheres mas bate uma vendo fotos de companheiras.
Se uma feminista não quer transar com ele, indaga logo a liberdade sexual dela -alô, parça, liberdade sexual também tem a ver com liberdade de escolha.
Até apoia o movimento, mas não entende porque não pode estar incluso nele.
Trai a namorada.
Apoia o feminismo mas não problematiza prostituição, pornografia e indústria do sexo. Muito menos PENSA em parar de consumir essas coisas.
E abrir mão de privilégios. Cadê?
Se diz contra à violência contra a mulher, mas numa discussão, grita com a companheira.
Se diz pró-feminista mas usa termos como "vagabunda", "vadia" e etc. ao se referir a uma mulher.
Quando uma mulher problematiza algo que ele falou (ou até outro homem) ela é "louca", "desequilibrada", "exagerada"; quando não ficam chorando tentando argumentar de qualquer jeito.
Vem com discurso pró-feminista pra paquerar meninas.
Se a namorada tem ciume, sem problematizar o porquê, diz logo que ela tem que desconstruir isso, porque ciume é "opressor", "posse" e etc.
Namora uma feminista mas não dá espaço pra ela falar quando as pessoas falam sobre feminismo para ele -ela estando do lado dele.
(ad infinitum)

domingo, 1 de março de 2015

companheira/o
me reconheço em ti
e nos reconhecemos
no povo que luta
no povo que sofre
no povo que sente
que devemos ser tratadas/os como gente
cantemos, lutemos, gritemos
para que esse mundo possa ser
o mundo que queremos
sejamos gritos, luta, amor
povo presente
na militância e na dor
resistência, oposição
sem união não há revolução!

domingo, 8 de fevereiro de 2015

os desejos da carne
a gente controla
ou devora?
amor antigo
que se mistifica
ainda volta?
amor do presente
num futuro próximo
há de estar ausente?
atrações, inquietações
coisas da mente
coisa da gente
o amor emudece a gente
o amor transforma
o amor revigora
e o que a gente faz
quando ele vai embora?
coração nublado
oscila
como o dia

ora tempestade
ora calmaria.
o amor dança
uma eterna melodia suave
no jardim

pés criando raízes
num solo fértil
onde logo irá florir

florescendo
a gente se multiplica
nessa liberdade
de estar aqui e ali

liberdade de dentro pra fora
leveza de ser
a gente rega o amor todos os dias
para flores-
ser.

sexta-feira, 16 de janeiro de 2015

se um dia
poetisa eu for
saiba que tu estarás presente
nos poemas que falam de amor
se um dia
poetisa eu for
vou colorir a dor
perfumá-la como flor
e torná-la bonita
para que apreciem
sua importância
no dia-a-dia
a dor faz a gente crescer
e o amor nos expande
tornando-nos poesia.
mulher,
deseja ser
o que tu és!

que seja puta,
santa ou dama
na rua
ou em cima da cama

que seja uma
em todas
que sejamos todas
em uma

que sejamos amigas, companheiras, irmãs
nunca rivais

que se aceite
e que nunca deixe de ser
por outro querer

gorda, magra
branca, negra
lisa ou crespa

m-u-l-h-e-r
e suas mil facetas

hetero, gay ou bi
cis ou travesti
temos o direito de amar, sim!

sejas livre, mulher!
tu és guerreira.
lutas contra o patriarcado
e contra esse machismo escancarado.

ame
ame-se
amem-se!

que esteja só
ou com seu conjugue
mas, nunca julgue

apenas viva, mulher
apenas deixem que vivam!
e sinta
que unidas
somos mais fortes
não somos inimigas

o patriarcado tem poder
mas o feminismo nos liberta
e a sororidade
faz com que a gente se trate
com amor e igualdade.

sábado, 10 de janeiro de 2015

Venha cá
se o sentido da vida
é c i r c u l a r
que mal há
se além, dessa saia eu rodar
eu rodada 
ser
também?