segunda-feira, 13 de maio de 2013

Quando não se tem caderno e lápis/caneta à disposição quando queremos escrever, improvisamos.
Usei o celular -no ônibus.
(Isso foi o que eu li pra você).

13 de maio
10h48

Sabe quando acontece uma coisa contigo, que mexe com o teu ego -da pior forma possível?
Que faz com que tu se sinta um lixo? (daqueles bem podres, guardado num saco rasgado há mais de uma semana; aquele que quando você vai jogar fora, vê que tá vazando e fica um cheiro imundo).
Eu poderia usar vários termos, mas, dói mais ainda quando eu percebo que cai certinho em como eu me sinto.
Tem situações e situações. Acho que as que mexem com o ego são as piores que tem -principalmente quando a gente não espera e está tudo bem.
O pior de tudo é que eu sei que chorar aliviaria um pouquinho, mas, quem disse que eu consigo? O meu eu-orgulhoso está me dominando. Estou ficando amarga. Eu era tão doce -comparando com hoje- e, agora, quase nada me importa. Estou no modo robô, faço as coisas e nem percebo -do tipo deixar o celular dentro da geladeira. Estou no modo automático, vivendo tudo sem emoção, vivendo sem perceber.
Tudo bem, a música que você fez ontem foi um golpe baixo, mas, só mexeu comigo naquela hora. Hoje, eu não sinto nada. Não sinto vontade de te ver -sinto vontade de fazer sexo, mas, nem é essa vontade toda.
Eu não consigo encontrar o caminho de volta pras minhas emoções (quando eu voltei pra casa, no sábado, peguei um atalho pra elas; encontrei emoções que duram 5, 10 minutos e que depois passam).
Eu me perdi de mim.
Você vai achar que estou dando mais importância do que vale... mas, meu bem, ego é um bicho danado -principalmente se você costuma brincar com ele.
Eu não consigo dizer que eu te amo, porque eu não consigo sentir isso. Na hora de pegar o atalho de volta pra casa, eu devo ter trocado tudo.

Eu queria sentir alguma coisa, além de nada.

-

Depois de escrever isso, fomos nos ver. E eu, disse isso tudo pra você. Na verdade, não era eu, sabemos disso. Não consegui derramar lágrimas, eu lembro a sensação... era vazio, sombrio.
Você com sua cara chorosa, na hora, não me doeu, não me atingiu, não mexeu comigo; nada mexia.
Tu pediu um abraço, eu não queria.
Nisso, eu (realmente eu) lutava pra tentar expulsar aquela outra Gabi -a Gabi anestesiada, que não sentia nada- e me esforçava; te beijava, abraçava (quer dizer, ficava em cima de você com teus braços em volta das minhas costas, minhas mãos estavam jogadas) mas, meu bem, eu ainda não sentia nada - até que uma onda de desejo invadiu o meu corpo, e essa onda suplicava por ti, por nós dois. E eu cedi -cedemos, sedentos.
Depois, fui tomar um banho, não por me sentir suja. Eu me sentia estranha. Ainda estava numa guerra e queria que a gabi-super-orgulhosa-sem emoções descesse pelo ralo. E boa parte dela desceu.
Enquanto eu tomava banho, você tocava pra mim e isso foi me amolecendo e amolecendo e amolecendo.
Como de costume, eu disse que queria escrever pra você, já era o 11º bilhete, mas, aquele eu não queria esconder.

Enquanto eu escrevia, você começou a tocar a música que fez ontem. Eu a ouvi pela primeira vez.. e, finalmente, lágrimas disputavam corrida em meu rosto. Podia me sentir ali, eu sabia que estava ali. E continuei escrevendo, com todo o meu amor.

Espero nunca esquecer a tua reação ao ler o bilhete e perceber que eu estava ali. Espero nunca esquecer a tua sensação de alívio, de alegria. 
Espero nunca esquecer aquele teu sorriso. 
Espero nunca esquecer de como você me abraçou e de como eu podia sentir a tua felicidade, a nossa felicidade. 

Eu estava ali, e nós dois pudemos sentir -da maneira mais pura, mais real.

Sabe o que eu também espero nunca esquecer?
De quando deitamos e pegasse a minha mão, colocando-a em teu peito... entre uma respiração e outra, você disse: olha como tu me deixa.

Ah, meu nego, tu acende os meus -mais- íntimos desejos...

2 comentários:

  1. Nossa mãe! ...

    Menina, a felicidade
    é cheia de a
    é cheia de e
    é cheia de i
    é cheia de o.

    http://www.youtube.com/watch?feature=player_embedded&v=sZ7V_c473I4

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