sexta-feira, 14 de junho de 2013

Estava cuidando do meu cachorro como se num ato de proteger-se do remédio, ele ficou em pé em meu colo, com as patas nos meus ombros e se agarrou em mim. Peguei então, as duas mãos e o agarrei, de volta. Cheguei a conclusão que o abraço dele é o melhor do mundo, que o amo mais que muita gente e que eu realmente estava precisando de um abraço.
Sinto-me tão mal, como se nada que eu fizesse fosse o suficiente. O ruim de ser humana é que as pessoas insistem em fazer comparações até nas coisas que deveriam ser mais belas. Até nas coisas que não deveriam ter comparações. E, sim, estou inclusa nisso.
Sinto como se eu nunca fosse me destacar em nada. Como se tudo que eu fizesse, até as coisas que acho que foram únicas, um fantasminha gritasse: devem ter feito isso -e melhor que você.
Tento não me comparar a ninguém. Tento. Mas, como tentar se as pessoas insistem em comparar?
Eu não tenho medo do passado, nem do presente. Eu tenho medo do futuro. O futuro me assombra, justamente por eu não ter controle de algumas situações.
Sinto-me vulnerável em cada coisa que eu faço, por melhor que eu ache que foi feita.
Sinto-me um brinquedo frágil; um vinho recém fabricado perto de várias safras de mil oitocentos e setenta e dois.
Eu poderia fazer várias comparações, mas, ficaria tudo muito óbvio. Tudo muito transparante e, bem... hoje, pelo menos transparente, eu não quero ficar [ao menos não tanto].
Minhas costas doem. Tento fazer uma massagem para tranquilizar-me; sem sucesso.
Choro e nem sei o porquê. É como se a tristeza habitasse em mim e me permitisse ser feliz apenas poucas horas. Preciso de um calmante ou dois ou três ou quatro pra (tentar) dormir na madrugada. É nessa hora que ela me ataca.
As pessoas fazem questão por algumas coisas que me deixam tão mal.
Chego a perguntar-me várias vezes ao dia, sobre várias coisas se é isso que eu quero pra minha vida.
Eu ando tão pesada, como se bigornas estivessem na minha cabeça. Como, se mesmo deitada, bigornas estivessem em cima das minhas costas.
Se fosse possível, eu me anestesiaria e ficaria privada de sentir qualquer coisa que o mundo me oferece.
Desculpa, eu sou fraca e não sei lidar com a dor que eu mesma crio.
É como se eu tivesse certeza que não mereço nada de bom que me acontece.
Quando algo de bom acontece, procuro algo pra ficar mal. Como se essa fosse a minha realidade. Como se eu pertencesse a isso. E eu me pergunto se as pessoas podem conviver com isso, se nem eu mesma posso. E penso em me afastar, mas, aí sou muito egoísta pra isso. Porque o meu maior egoísmo é amar.
Pior! É amar e ser amada.
Então, como fugir com isso? Como deixar tudo e ir embora? Sou egoísta por que fico? Ou devo arrumar as malas e procurar um outro abrigo?
Um abrigo só pra uma pessoa. Eu mesma. Ou uma caixa, pra eu ficar encolhida.
Enquanto houver lembranças -não minhas- a tristeza vai habitar em mim, como uma guerra que não tem fim.
Ai vem a questão... eu luto? Ou invisto em pedras, armadilhas ou o que for para proteger o meu castelo?
Eu não gosto de covardia... e, viver com a dúvida é tão ruim.
Eu não sei. Eu não sei. Eu não sei o que [não] cabe em mim.
Eu queria que a tristeza me desse uma trégua de pelo menos dois dias. Eu agradeceria tanto. Eu pediria pra rezar uma missa em homenagem a ela. Pediria pra tocarem uma música no rádio também. Faria uma declaração de amor. Bateria na porta dela e beijaria os seu pés. Aprenderia a tocar violão e tocaria um soneto de amor.
É como se eu conseguisse enxergar a minha áurea e visse que a cor predominante é preto.
Preto e roxo. E eu não gosto disso. Não gosto dessas cores juntas. São pesadas -e é assim que eu me sinto.
Eu queria ter um amor tranquilo.
Eu queria que o meu amor fosse tranquilo.
Eu queria que o meu amor pelo menino fosse tranquilo.
Eu queria que o meu amor pelo menino fosse tranquilo. Tranquilo como deitar na areia, perto do mar, olhando os pássaros voando -devagar. Dar formas as nuvens, rir e amar. Apenas isso. Como se houvesse apenas nós dois -ops, não posso falar diretamente com você.
E agora eu broxei nesse texto que tanto me fazia bem, porque falei diretamente com você. E eu não posso. Porque você não gosta e é errado.
Mas, agora deu vontade de falar... porque, afinal, tudo que eu faço, de fato, já é SUPER errado.
Mas, vou dormir.
Espero sonhar com um dia tranquilo na beira do mar.
Sonho utópico, mas, vamos devagar...

Um comentário:

  1. Isso é o sonho de toda mulher um amor tranquilo....um sonho, porém o mesmo fora feito p ser realizado no tmpo certo

    bjss flor

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