segunda-feira, 13 de janeiro de 2014

O amor faz a gente tomar medidas desesperadas, a falta de amor, também. A gente promete e quebra promessas, pra fazer raiva, ciume ou chamar atenção, tudo pra ver se quebra a indiferença. O contrário de amor não é o ódio, é a indiferença.
Já derramei tantas lágrimas que dava pra encher uma piscina, meus olhos não têm tamanho, minha voz é trêmula, embargada. Saio e não consigo me divertir, é fácil sorrir para fotos; difícil é ficar sem ti e tentar me acostumar com esse buraco negro, essa falta.
Não aguento pessoas falando o teu nome, perguntando por você ou quando vão te conhecer... "acabou"... "vocês pareciam tão bem".
E os nossos planos? Nossa casa com alpendres? Nosso pug chamado Chico? Nossa filha chamada Lis Maria e nosso filho chamado Luiz?
E a nossa lua de mel no Uruguay? Nossas músicas, fotografias... nossas vidas?
É ruim ter que carregar uma saudade sozinha, principalmente porque também carrego uma saudade do futuro.
É ruim ter que assistir um filme de duas horas, sozinha, sem estar abraçada contigo, sem sentir o teu cheiro, sem tu me chamando de "minha neguinha".
É ruim não poder apertar tua campainha, te ver abrindo a porta com um sorriso e dizendo pra eu correr de Linus.
É ruim não poder chegar e pedir uma camisa tua, te ouvir dizer "pra quê? fica sem", e colocar mesmo assim, só pra ter o prazer de tirar depois.
É tão ruim não poder deitar te olhando e te ouvir dizer "o que foi?" "nada". Eu ficava te admirando, bobo. Fitando o teu rosto; olhos, boca, barba... como tu acha que eu soube na lata onde estava o teu pelo ondulado da barba? Eu fico admirando o homem que você é. O homem que roubou meu coração e me faz sofrer como desejou que eu sofresse. E eu sofro, viu, neguinho? O que me dói mais ainda é que meu sofrimento é a tua alegria; mas, se te deixa feliz, eu digo: dói, viu, neguinho? E tá doendo tanto que tu nem imagina.

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