quarta-feira, 23 de julho de 2014

Eu senti que ia te ver no corredor. Eu tava morrendo de saudade, mas a abafava, dentro-dentro de mim; tampava aos gritos, disfarçava. Te vi, te abracei, esquentei, congelei, te abracei de novo e beijei, na bochecha. Eu podia fazer isso o dia todo. Meu Deus, que saudade é essa que não se esvai? Que não sai do meu corpo. Que não me larga? E como posso senti-la mesmo estando contigo? Mesmo conversando, te fitando e sendo fitada? Eu percebo, sim; o jeito que tu me olhas e como o teu sorriso é bonito. E o jeito boba que sorrio? Por vezes me pego sorrindo pelos cantos.. lembrando.
Mas, tu és assim, né? Confuso da cabeça aos pés. Tu chegas de mansinho e, quando percebo, nossos dedos estão entralaçados; nossas bocas no mesmo nível, se paquerando; nossos olhos se fitando e não, não nos beijamos. E fico me perguntando o porquê. É como se estivessemos de paquerinha de novo... como era no início. Tu lembras? Duas semanas pra rolar o primeiro, segundo, terceiro, quarto beijo. Era uma novela. Todo mundo perguntava: E aí, já ficaram? E quando ficamos foi algo lindo. Digno de ser esperado e valeu a pena toda a espera, toda a ansiedade. E dá uma dor no coração, sabe? Ver como as coisas mudaram. Como ficamos rasos.
Lembro de quando tu dizias que estava com saudade. Ou que ia ficar pensando em mim. Hoje é tão diferente. E dói, viu, menino? Tento sufocar essa dor ao máximo. Mas, dói, sim. Por mais que eu me faça de forte e, às vezes, até acho que a abafo tanto ao ponto de não senti-la; mesmo que por minutos. Mas é tão bom. É como se eu me sentisse livre disso. Da sensação do "eu gosto sozinho".
Tu deverias ser menos confuso e, ao menos, me beijar ou me soltar de vez, não?
Tu és comedido. Tu sabes. Eu te disse isso. E eu sinto as faíscas que trocamos quando estamos juntos. Mas não é mais São João, nem final de copa. As bombas não estouram mais. É como se tudo tivesse passado e, de fato, passou. Mas, espero pelo dia que passe de verdade, não só pela metade. Ou que inventemos de voltarmos a sermos fundos.
Mas, sabe... agora parei pra pensar. Vale a pena? Talvez, sim. Mas eu me canso tão rápido...
(Já falei como é irritante o que tu fazes comigo? Fico inconstante num grau que nem eu imagino!).

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