Pergunto o que eu fiz de tão bom pra merecer um amor assim, que sabe direitinho como cuidar de mim. Sinto muito por não ser recíproco todo esse cuidado, meu amor. Sinto muito mesmo. Sinto muito pelo meu egoísmo, falta de compreensão, insegurança, birras e falta de controle.
Estou tentando melhorar, por nós dois. Sendo moldada -infelizmente, lentamente.
Te ver hoje daquele jeito me doeu tanto. Tanto tanto tanto que tu não imagina. Mas, sabe o que me doeu mais? Esse teu jeito amável de ter todos os motivos do mundo pra me querer longe, pra me tratar mal... e me tratou como se você fosse o culpado -e eu, a pessoa que foi magoada, que teve os seus esforços jogados no lixo por duras palavras. E sinto um aperto no peito, só em lembrar de hoje.
Puxasse o meu corpo pra ti -quando deverias fazer o contrário
Beijasse a minha mão -quando deverias sentir repulsa
Beijou-me os lábios -quando deverias xingá-los
Entrelaçou-me os dedos -quando deverias não tocá-los
E eu repeti, de novo:
- Por que tu és assim?
- Assim como?
- Amável
Eu te amo tanto, queria que tu nunca duvidasse disso enquanto essas palavras saírem pela minha boca.
Enquanto essas palavras deslizam pelos meus dedos.
Enquanto essas palavras deslizam pelos meus dedos.
Enquanto essas palavras possam ser enxergadas através dos meus olhos.
Enquanto essas palavras possam, além de tudo, adentrar em ti.
Aliás: boca, dedos, olhos, adentrar (...)
Sabe, eu não tinha esperanças em relação ao amor. Não tinha e achava que não ia ter por muito tempo. E tu veio assim -sem pedir licença- e, de repente já tinha se apoderado do meu órgão oco. Do meu órgão que já não batia forte por alguém. Você foi como várias doses. Inebriante; roubou-me os sentidos, a fala, a respiração -e ainda rouba.
Você é o maior ladrão que já entrou na minha vida! Roubastes um potinho que eu guardava a sete chaves! Um potinho que já estava empoeirado. Que já estava sem esperanças, triste, desolado. E você deu-lhe vida. Deu-lhe esperança. Deu-lhe calma. Você deu-lhe o maior presente que alguém poderia dar: abrigo.
Você, meu amor... você veio assim: sem mais, nem menos e multiplicou tudo na minha vida. Deu sentido, afeto e poesia.
Eu o amo como se toda despedida, fosse um adeus.
Eu sinto tanto a tua falta, mesmo quando estás presente (e isso não quer dizer que estás longe, mesmo quando estás perto... NÃO. Quer dizer que eu sinto como se nunca fosse capaz de matar essa saudade -saudade que vai me matando aos poucos e que só para com a tentativa de homicídio quando estás perto de mim. Essa saudade é uma danada, sabe fazer chantagem como ninguém).
Eu sinto tanto a tua falta, mesmo quando estás presente (e isso não quer dizer que estás longe, mesmo quando estás perto... NÃO. Quer dizer que eu sinto como se nunca fosse capaz de matar essa saudade -saudade que vai me matando aos poucos e que só para com a tentativa de homicídio quando estás perto de mim. Essa saudade é uma danada, sabe fazer chantagem como ninguém).
Começou a chover e sabe do que eu lembrei? Do teu aniversário! De como saímos feito duas crianças para sentirmos a chuva. De como saímos descalços, molhando um ao outro, nos abraçando. De quando chegamos na casa da pólvora e começamos a dançar tango, na chuva, molhados, descalços. Sendo observados por todos que ali passavam, como se todos fossem testemunhas de como somos feito um para o outro, de como nos amamos.
Você tem a melhor parte de mim. Uma parte -ainda- muito defeituosa, mas que está sendo moldada para ser digna do teu amor.
E agora, mais uma vez, eu repito: desculpa!
Tipo agora.